Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Um Brinde à Poesia, Divulgando Livro, no Museu da República








O tempo voa para quem sonha. 

Pode parecer só uma expressão poética, mas reflete bem a 

história do Um Brinde à Poesia, lançado no dia 11 de junho de 1999, confirmando sua 

importância como evento divulgador e estimulador da poesia falada no cenário cultural de 

Niterói ha 15 anos. A criação deste Movimento me foi inspirada em sonho,

dois dias antes do meu aniversário.  O evento passou a ser semanal e tenho total 

responsabilidade para que ele aconteça. Produzo, divulgo, coordeno e apresento.

        Cada esforço tem valido a pena. Amo  o que faço.

      A minha maior satisfação é saber que cada encontro tem promovido

     cada vez mais a poesia e seus autores, tem criado novas amizades, novos elos de criação 

    na arte e na vida,  tem estimulado aqueles que nunca falaram em 
            
         público a se encorajarem e apresentarem um poema próprio 

ou de um autor  consagrado. 

E, depois que dão o primeiro passo, que vão a primeira vez, não

 param mais e passam a frequentar os saraus. 

Gratificante! 

Tocar o coração das pessoas, 

sensibilizar e celebrar a vida com poesia!
    

O objetivo deste Movimento é divulgar a obra de artistas consagrados na literatura e na 
música - letrista, proporcionar espaço para novos autores e compositores,
 estimular e encorajar aqueles que nunca se apresentaram num sarau
 ou mesmo falaram num microfone em público e promover
 lançamento de livros ou cds, sem custo algum para o artista.


Muitas histórias foram traçadas.

 A gratificação é imensa. No dia 11 de junho o

 Um Brinde à Poesia comemorará 15 anos, em edição especial no MAC Niterói. 


Participe! Vamos celebrar a paz e a liberdade de ser.


Lucília Dowslley





Lucília Dowslley, fotojornalista e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro. Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento pela Paz e Liberdade de Ser, inspirado em sonho, que mensalmente promove no MAC Niterói, no Museu da República e no Solar do Jambeiro. Se apresentou no Paraguai, Nova York e Nova Jersey. Publicou dois livros: Um Brinde à Poesia (2004) e Carmim (2012). Ministra Oficinas de Interpretação e Criação de Textos e coordena o Clube de Leitura para crianças. Viver poesia, falar a poesia, ser poesia. Assim têm sido os seus dias, Militante das artes a mais de 20 anos, acredita na arte como instrumento de autoconhecimento e de conscientização para transformação da humanidade numa vida de qualidade, celebração e paz. Seja no teatro, na fotografia, na música ou literatura, este é o seu grande desafio, o seu objetivo maior e a sua luz.


A TERRA É VOCÊ 

Estávamos parados, o mundo girando, seguindo velocidade
Agora, todos em movimento contínuo circular, sincronicidade
Você quer, mas ouve que “não deveria” o risco correr
Você não deve, merece ousa e paga para ver
Lembre-se o que é seu tá na palma da mão
Garantia tatuada em finas linhas
Abra os olhos tente entender
Muitos cruzamentos e nenhum segundo para hesitar
Não existiria um mapa decifrável para facilitar?
Tudo em você do nome, face, pronunciar ao ser
Refletem no espelho as respostas
Camufladas no sonho real viver
Bagagem liberta libertária transcender
Licença para cada passo, escolhas fazer
Tudo todas as possibilidades
De criação aprendizado e prazer
São seus pode desfrutar
É só seguir sem para trás olhar
Desprenda-se dos medos e culpas
Conscientize-se, desligue, sintonize
Ao se assumir com responsabilidade
Coragem equilíbrio e amor
Diferença pode fazer
Tudo ficará bem
A Terra gira e você
Você é a Terra.




Sergio Octaviano, aos 20 anos passou a apresentar-se em casas 
noturnas e circuito universitário.
No ano de 1978 ingressou na Cooperarte criada junto à Sombras e no ano seguinte, integrou o grupo de artistas Panela de Pressão.
Em 1980 participou da "1ª Feira de Arte do CEUB" (Centro Esportivo e Universitário de Brasília) e a convite de Maurício Tapajós participou do lançamento do LP "Olha aí". No ano seguinte participou do show de Leci Brandão e Zeca do Trombone no projeto "Sete em Ponto", no Cine-Show Madureira.
No ano de 2002 ao lado de Carlos Dafé, Marko Andrade, Eliane Faria, Rubens Cardoso e Pecê Ribeiro, entre outros, participou do disco "Conexão Carioca 3". Neste CD, produzido por Euclides Amaral e apresentado pelo poeta Sergio Natureza, interpretou duas composições de sua autoria: "Estranho homem" (c/ Renato Duarte) e "Mulequim" (c/ Euclides Amaral), esta última, com acompanhamento da Banda Elos.
Em 2003, o disco "Conexão Carioca 3  Bônus" foi relançado pelo Selo Peixe Vivo, sendo adicionadas quatro faixas-bônus. No ano de 2004 atuou como diretor artístico e apresentou-se regularmente na casa de espetáculos Novo Cortiço, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Em 2005 participou do lançamento do CD "Um pouco de mim", de Sergio Natureza, espetáculo que reuniu Sergio Natureza, Euclides Amaral, Eud Pestana, Bruno Cosentino, Wagner Guimarães, Iverson Carneiro, Ivan Wrigg, Lúcio Celso Pinheiro e Eduardo Ribeiro na Casa de Cultura de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
Em 2006 foi uma das atrações do festival cultural "IV Semana Cultural de Santa Tereza". Neste mesmo ano começou temporada de shows e apresentações no Bar Santa Arte, em Santa Tereza, centro do Rio de Janeiro, onde ficou até o ano de 2008.
Nos anos de 2008 e 2009 fez temporada do show "Elos" no Casarão Cultural Terra Brasilis Hostel, em Santa Teresa.
Em 2009 transferiu-se para a cidade de São João Del Rey, em Minas Gerais, onde participou do projeto "Zona da Música", evento de revitalização do Corredor Cultural da Rua da Cachaça, na cidade de São João Del Rey. A partir desse mesmo ano passou a integrar, como violonista, a Orquestra Popular Livre (OPL) de São João Del Rey.
No ano de 2011, integrando, como violonista, a Orquestra Popular Livre, apresentou-se em palco montado na Avenida Tancredo Neves, em São João Del Rey, juntamente a Amanda Couto (voz), Mariza Mateiro (flauta), Rodrigo Godói (saxofone), Guilherme Neto (saxofone), Cleber Ribeiro (trombone), Carolina Neves (violino), Fernanda Souza (violino), Henrique Cirilo (violino), Helber Monteiro (violino), Rafael Ribeiro (violino), Guilherme Faria (bateria) e João de Oliveira (violão).
No ano de 2012, ao lado de Elza Maria, Edir Silva, Marko Andrade, Pecê Ribeiro, Namay Mendes, Sidney Mattos, Heloísa Helena, Renato Piau, Victor Biglione, Reppolho, Rubens Cardoso, Reizilan, Lúcio Sherman, Carlos Dafé, Anna Pessoa, Martha Loureiro e Cláudio Latini, participou do CD "Quintal Brasil - Poemas, letras & Convidados", do poeta e letrista Euclides Amaral, no qual interpretou a faixa "Mulequim", parceria de ambos.
Bibliografia Crítica
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006. AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. 2ª ed. Esteio Editora, 2011.AMARAL, Euclides. Poesia Resumida - Poemas & Letras (Antologia Poética). Rio de Janeiro: Edição Casa 10 Comunicação, 2013. REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 
2013. Discografia
(2012) Quintal Brasil - Poemas, Letras & Convidados (Participação) • Selo Ipê Mundi Records/Noruega • CD
(2003) Conexão carioca 3 Bônus • Selo Peixe Vivo • CD
(2002) Conexão carioca 3 • Selo BigVal Produções • CD






                                                               POETAS DIVULGANDO LIVRO















CELEBRAÇÃO

hoje é sempre melhor
do que ontem,
porque hoje é hoje,
esta coisa mágica,
única, surpreendente,
que se acaba de repente.

hoje é melhor
do que amanhã,
porque hoje é hoje
e estamos vivos
e plenos de tanto,
até não se sabe
como e quando.

hoje é sempre
melhor que sempre,
porque o hoje foge,
amanhã é um mistério
e ontem é só memória,
história, já era.

hoje é sempre
o maior presente,
porque a vida é agora,
esta hora de som
e luz e festa,
e este instante é tudo
o que nos resta.


TRANSBORDAMENTO


a inspiração às vezes
cai, às vezes, ai,
nem bem vem, passa
perto e, na hora, vupt,
voa, vai embora.


como a vida que se esvai,
um dia esta pálida página
há de ficar vazia.
agora eu tô por fora
e não tô prosa
nem poesia.



PILEQUE DE POEMAS


entro no poema sem pedir licença
sem medir limites – livre e sem pudor
entro de cabeça entro inteiro dentro
desnudo e em espasmo mergulho me perco
me afogo e me engasgo – susto transe surto
quase sofrimento quase quase orgasmo
saio do poema como quem renasce
tonto e muito louco – quase sangro sempre
quase sempre gozo y sempre morro um pouco




LABIRINTO


preso a meu corpo preso a meu peso

preso a meu porto - meu endereço

preso a meu nome preso ao presente

a meu telefone - meu desespero

preso a meu ego preso a meu preço

ao que carrego e ao que careço

preso aos pesares preso aos prazeres

preso ao prosaico a pressões preconceitos

preso a prazos horários agenda

conta bancária - quanta corrente

preso a números e documentos

preso ao desprezo que sinto por eles

detento de tantos, exilado em mim mesmo

sou refém e carcereiro

tenho as chaves e as algemas

e entre grades que eu invento

me liberto


no poema




















SOU EU


Estragou o final da piada
Perdeu o fio da meada
Desafinou na toada
Até parado dá mancada

Bailou na curva da estrada
Da vida, devido a ter dúvida
Em fazer o que é direito
E não só o que lhe dá proveito

Existência desbalanceada
Sacolejando descontrolada
Nunca vi pessoa tão errada
Só no espelho a imagem pendurada

Sou eu
Imaturo e inseguro
Sou eu
Desastrado e em apuro
Sou eu
Tentando enxergar no escuro
Sou eu
Só construindo muro

Em volta de mim
Não tem ninguém

Estraguei o final da piada
Perdi o fio da meada...



VAIDADE

Vaidade
Vai idade
Vai idades acaba com a vaidade
Sossega o ego
Traz sossego
Engole o ego à seco
Sem gelo pra refrescar
Goles grandes
Goles de ondas
Sem gelo pra refrescar
Se embebeda de si mesmo
Vagalhões, Tsunamis, Hecatombes
Tombe
Caia
Levante
Vem desassossego
Vem, desagrega
Fala grego
Incompreende
Vaidade
Pra que?
Pra quem?
Pro outro?
Para os outros?
Para si?
Para a queda ser mais suave?
Para a brisa ser mais agradável?
Para a ninfa ser mais gostosa?
Para fina ser a linha que separa bens , bons , maus
Que para raios
Que vá para a lama
Chafurde-se
Jogam lama na cara para rejuvenescer
No futuro todos terão seus 15 minutos de lama!
Vai idade
Vai vaidade



MENTE

Eu tou te falando, presta atenção
Se não você não vai acordar mais não
Se acha que tá correta essa situação
Você tem é que levar um CHOCOALHÃO

Pra ver se a sua mente acorda de uma vez
E assim você deixa de ser freguês
De tudo que é meio de comunicação
Que entra na sua mente e não te deixa são

Não é suavemente que a TV mente
Nem é suave a mente de quem na TV mente

Para ler a mente
Paralelamente
Você precisa tá de lado
Não ficar só na frente

Tome o controle
Desligue, se enfrente
Olhe para dentro
Quando você sente

Que a sua mente comumente mente
Como mente a sua mente ultimamente
Uma mente rara raramente mente
Mas uma mente vaga vaga vagamente

Se para a sua mente , você mente
Você meia , e vai colher tudo o que plantou
Se me entendeu sua mente captou
Se não entendeu seu Mentecapto!


 ÁGUA DE BEBER


O seu braço não cai
De pegar o papel que cai
Na areia e levar lá na lixeira

Se educou mãe e pai
Mas educação não sai
Eu falo sério, não estou de brincadeira

Terremoto, vulcão
Não tem, mas já tem furacão
E nos pólos tão derretendo geleira

Fizeram uma zona
Na camada do Ozônio
Protetor solar na pele inteira

Mas o problema na verdade vai ser
Quando começar a traficar
Água de cachoeira

Porque aí não vai ter mais água pra beber
Não vai ter água de beber
Camarada

Eu é que sei
Que os USA
Usa e abusa da pior maneira

De tudo que é povo
De tudo que é pólvora
Só pra ficar na dianteira

De uma corrida espacial
Que não é nada especial
É até cruel, pois veja que asneira

O dinheiro que parte
Numa viagem a Marte
Acabava com a morte da África Inteira

Mas o problema vai ser aqui
Quando começar a traficar
Água de cachoeira

Vão querer invadir
Explodir, reconstruir
Pra ganhar dinheiro com empreiteira

Mas se é nosso o Brasil
Cadê o nosso brio?
Pra defendê-lo, com alma guerreira

Nem Peri, nem Tupi
Cadê a taba que tava aqui?
Eles sim, cuidavam sem fazer besteira

O seu braço não cai
De pegar o papel que cai
No chão, na rua, na areia e levar lá na lixeira

Se educou mãe e pai
Mas educação não sai
Se esforça, não estou de brincadeira

Ataque preventivo vai ser aqui
Quando começar a traficar
Água de cachoeira

Porque aí não vai ter mais água pra beber
Não vai ter água de beber
Camarada





MAR DE MÁRMORE


Mar de mármore
de amores maremóticos
Mar erótico
corais, penínsulas
ilhas, atóis
à toa, à sós
Se nem sempre se pode ser Atlântico
eu Indico ser Pacífico
Medito mediterraneamente, adriaticamente, medito
Vivo mesmo Mar Morto
Me edito
Só que marujo, jura que não marejou
no Mar Egeu
Mas o mar bêbado, revirado de ressaca
Saca tudo o que rola
seca tudo que molha
cega tudo o que olha
pega tudo, recolhe
mata muitos, e escolhe
a cada mil anos
um mortal, apenas um
para se casar com uma
Sereia
O mar esquenta, ferve e depois se acalma
Calmaria
Paz



























Marcio Allemand

Suburbano, nascido por volta da hora do almoço do dia 21 de fevereiro de 1969. 

Jornalista, roteirista, produtor, redator, crítico, observador, 

contador de histórias, poeta, pai e avô.

Escreveu o seu primeiro poema aos nove anos, nas só aso quarenta pisou pela primeira vez 

na redação de um grande jornal. Em 2012 participou da antologia Poetas Cariocas, da 

editora Ibis Libris. "O Livro Estranho" é a sua estreia solo no mundo literário.





DIAGNÓSTICO



Tudo o que há em mim sangra.
Escorre.
Vaza.
Molha.
Dói o corte abrupto que eu mesmo abri em minha pele.
E me expus carne.
E nervos.
E ossos.
E só.
Eu me esvazio.
Eu me mostro.
Eu falo.
Eu rio.
Eu ainda choro o que não cicatriza da ferida aberta.
É o tipo do mal que não há remédio.
Doença sem cura.
Loucura.
Na certa.



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Depois que tudo termina
Há algo de único na vida.
Um caminho traçado,
um risco iminente,
o que se faz consciente,
com o que restou do passado,
e o que se quer do presente.
Há algo de lindo na vida.
Uma inquietude perene
feito a saudade que fica
de alguém que se vai para sempre,
ou de brindar aos que chegam,
porque tantos outros ainda estão por vir.
Há os que não querem partir,
há os que se sabem distantes,
os que se fazem ausentes
e desaparecem aos poucos.
Misturam-se na poeira do dia
indiferentemente.
Procuro.
Encontro.
Divido.
Multiplico.
Explico.
Explodo.
É tudo muito rápido na vida.
É como piscar os olhos
Ou estalar os dedos
E quando se vê, tudo escapa.
termina,
acaba,
finda.
Assim é a vida.
Não morro de medo da morte.
Mas quem sabe eu tenha sorte
e me faça imortal, posto que já fui imoral,
rei, réu, vítima, culpado,
testemunha da minha única história,
condenado de um só tribunal?
Há algo de mágico na vida.
Um movimento incessante,
uma amplitude interessante,
que nos inspira e nos renova
e nos recicla e nos refaz e reanima.
O recomeço depois que tudo termina.
Num instante.
Em poucos segundos,
questão de minutos,
horas,
meses,
anos.



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O fio da navalha
Corta-me a carne em segredo
Só então depois desliza sua mão em minha alma.
Descobre se há em mim algo por inteiro,
Um pedaço do que sobra,
Um retrato do que eu fui,
O rascunho, não a obra.
Sustenta meus ossos.
Suporta o meu peso.
Fecha os meus olhos.
Me enche de beijos.
Dá cá suas entranhas.
Dia desses tive muito medo.
Rasga meu peito de uma só vez,
Desacelera o coração que me apavora,
Põe pra fora o que ele verdadeiramente sente.
Quem foi que disse que homem não chora?
Grita anestesiadamente.
Eu ando mesmo meio rouco.
Antes, me diz, sou louco?
Seja breve no diagnóstico
Porque sei que de médico todos temos um pouco.
Ainda te peço uma coisa: seja preciso quando for me falar.
Feito o fio da navalha.
Aquela com a qual você vai me cortar.



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Te vejo depois
Esvazie o quarto,
A sala,
A casa,
A mente,
O peito.
Mas preencha o coração.
Deixe escorrer,
Sangrar,
Pular,
Bater,
Vazar.
Ouça o que ele tem a dizer.
Sem meias palavras,
Com tantas verdades.
Pare,
Olhe,
Pense,
Preste mesmo atenção.
Silêncio.
É a saudade.
Uma voz que vem de dentro.
Um grito estridente.
Uma falta constante.
Um amor tão presente.
Tudo o mais tão distante.


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Ciranda Por aqui vem sempre um dia atrás do outro
Amanhece e anoitece sem descanso
O rio que passa
A água que corre
O vento que atravessa
E a montanha segue firme no mesmo lugar.
Há algo por aqui que segue perene
Dizendo com todas as letras que nada termina
O tempo que resta
As horas que sobram
Minutos que sopram
E o peito de repente se enche de ar.
Por aqui há os que se desnudam
Riscam na própria pele as suas marcas
A ferida que cicatriza
A arma que fere
A lâmina que rasga
E o sangue continua pulsando nas veias.
Por aqui há os que fogem de medo
Os que se pelam só de imaginar
A felicidade que insiste
O prazer que arrebata
A saudade que grita
Dos que chegam sem fazer barulho.
Por aqui nada permite silêncio
Porque se cala já deixou de existir
É fogo que arde
É luz que candeia
É brasa que queima
Enquanto o mundo lá fora é ciranda a girar, a girar.



PRÓXIMA EDIÇÃO

DIA 3 DE MAIO, NO SOLAR DO JAMBEIRO, POESIA E TEATRO, DAS 16 ÀS 18 HORAS.

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