Lucília Dowslley, poeta, jornalista, fotógrafa e atriz, nascida em
Niterói, no Rio de Janeiro. Lançou
em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento pela Paz e Liberdade de
Ser, inspirado em sonho, que mensalmente promove no MAC Niterói e no Museu da
República. Se apresentou no Paraguai, Nova
York e Nova Jersey. Publicou dois livros: Um Brinde à Poesia (2004) e Carmim
(2012). Ministra Oficinas de Interpretação e Criação de Textos e coordena o Clube de Leitura para crianças. Viver
poesia, falar a poesia, ser poesia. Assim têm sido os seus dias, Militante das
artes a mais de 20 anos. Acredita na arte como instrumento de autoconhecimento
e de conscientização para transformação da humanidade numa vida de qualidade,
celebração e paz. Seja no teatro, na fotografia, na música ou literatura, este
é o seu grande desafio, o seu objetivo maior e a sua luz.
O GIRASSOL
Parece que caminhei por muito tempo
Embaixo da chuva buscando inspiração
Para escrever algo que não falasse apenas da
dor
Eu posso criar imaginar, viajar
Cada dia me traz mais motivos.
Cantarei alto brindarei a felicidade
Farei um voo até a mais alta montanha
Desta linda cidade do Rio de Janeiro.
Tocando o azul transformar-me-ei numa águia
Deixando o passado para trás.
Isso é apenas o começo.
Em seguida reverenciarei a Deus
Com simplicidade e verdade.
Minha prece habitará cada folha
Que se desprenderá e voará nesta tarde
dourada.
Chegando ao Criador mudanças serão acionadas
A começar em mim.
Mais tarde quando o manto cobrir todo o
universo
Meu grito aprisionado se tornará brilho
Em cada estrela que escorregar
E a cada fase da lua uma face em mim se
revelará.
E o mar como grande espelho sugará a minha
imagem
Em viagem ao meu ser.
Mergulharei sem temer e cada gota será minha
também.
E cada grão de areia um sonho que
despertarei
Infinitas possibilidades, uma loucura superior
Além da própria normalidade
Riqueza daqueles que sem temer a volta
Buscam aventura na existência.
Desafiar a si mesmo superar-se em prol de
algo melhor.
Girar no girassol e soltar grãos de ouro a
cada encontro.
Não hesitar brilhar com o sol, maestria dos
reis ascencionados
Pela divina vontade do puro amor, renascer
em mim.
Estes dias serão assim e estão apenas
começando
Estes dias no girassol.
MISSÃO
Em cada olhar o sentimento presente
Em cada gesto a pureza da alma
Em cada palavra a revelação do desejo
Em cada lembrança a pessoa amada
Em cada flor o renascer do amor
Em cada gota o voo da emoção
Em cada pedra o transpassar da dor
Em cada pessoa revelação doação
Em cada alma espectros de nós
Em cada presente o dom da semente
Em cada desejo a missão cumprida
Em cada ausente a confirmação na saudade
Em cada amor o reflexo de Deus
Em cada emoção a beleza da entrega
Em cada dor a certeza da força
Em cada doação a partilha do pão
Em cada um de nós uma estrela a brilhar
Em cada semente o fruto prometido
Em cada missão cumprida o selo da eternidade
Em cada saudade a certeza do reencontro
Em cada reflexo de deus elevação do espírito
Em cada entrega o encontro de almas
Em cada força a superação do medo
Em cada pão o suor das mãos
Em cada estrela a brilhar o pulsar da vida
Em cada fruto prometido à confirmação do Criador
Em cada selo da eternidade e transcendência
Em cada encontro unicidade
Em cada elevação do espírito a comunhão da herança
universal
Em cada encontro das almas a revelação do ser
Em cada medo o desejo da busca e do necessário
Em cada mão a missão do amor.
Jorge Ventura, Poeta, ator, escritor, jornalista e publicitário. Jorge Ventura está há 15 anos ininterruptos, dedicando-se à poesia cênica, modalidade na qual se especializou com muito talento e perseverança, somando ao seu currículo mais de 700 atuações pelo norte, sudeste e sul do país. Atual Diretor de Comunicação Social da APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro) e do SEERJ (Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro), é também Cônsul Poetas Del Mundo (região Recreio dos Bandeirantes/RJ), Membro Efetivo da SBPA (Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas), da IWA (Associação Internacional de Escritores e Artistas) e Membro Correspondente da ALACIB (Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil). Publicou quatro livros: Turbilhão de Símbolos (Imprimatur/ 2000), Surreal Semelhante (Imprimatur/ 2003), Sock! Pow! Crash! – 40 anos da série Batman da TV (um estudo jornalístico de 2006/ Opera Graphica) e Faca de Ponta, Fogo de Palha (2012/ Oficina Editores). Premiado em muitos concursos e festivais, como poeta e melhor intérprete, sua poesia está presente em dezenas de antologias, sites, jornais online e portais literários. Contato: www.jorgeventura.com.br | blog: arteblog.jorgeventura.com.br | e-mail: ventura@jorgeventura.com.br
As mais recentes premiações:
. Troféu de Melhor Autor (1º lugar em poesia), com o poema “De água para Vinho”, no 6º Festival de Poesia Falada de Varginha | MG, em âmbito nacional (novembro / 2012).
. Certificado de Menção Honrosa, com o conjunto de aldravias, intitulado “De Beijos e De Paixão”, no 12º Circuito Literário 2012 | 10º Concurso Nacional de Poesias 2012 – Cidade de Ipatinga – MG.
. Agraciado com o título de “Artilheiro da Cultura”, ao receber um distintivo especial concedido pelo Centro de Literatura do Forte de Copacabana – RJ (junho de 2013).
. Medalha de Bronze no XXIV Concurso de Poesia, promovido pela ALAP (Academia de Letras e Artes de Paranapuã), como poema “O Sonhador” (dezembro/ 2013).
. Troféu de Melhor Autor na II Mostra Maximus Premium, promovida pela APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro), com o poema “Elixir do Alquimista” (dezembro / 2013).
ORIGAMI
Quando a ideia me perturba,
entre o barulho e o silêncio,
tudo é um só contrassenso.
Que inocência ou culpa
virá em vão me julgar
neste papel tumular?
Reparto em dobras meus textos,
discursos e manuscritos
(de abismos e de delírios),
nas páginas, palimpsestos.
Reparto também a folha,
metade doutra metade,
do que é múltiplo e arte.
E antes que a ideia se recolha
e a angústia vire bolha
e o papel retorne seda,
nas dobraduras das letras,
o verso assim se desdobra.
Pois toda palavra é obra
pra muito além do poema.
PONTO DE CRUZ
CULPA
Tecido raro,
última moda.
Corpo coberto
de pano e culpa.
Mentira e classe,
dono da rua.
De mais a roupa,
de menos o homem.
A FARSA E A FORÇA
Guardo cinco segredos
nos dedos desta mão.
Faço a soma dos medos
na folha de urtigão.
Tudo à volta entristece:
o ermo,o solo,o entrevero.
A farsa face a face
com a força mais fere.
Face invertida e falsa,
a façanha da foice.
Nem a farsa falsete,
nem a força forçada.
Há a recusa do chão,
só uma face ferida.
A farsa contra a força
é poesia impune.
Mas peço um canto santo
onde tão dura a farsa,
onde tão lume a força.
A fé já não me aplaca.
Ponto de desencanto,
eu canto minha prece
bem na ponta da língua,
bem na ponta da faca.
DE ÁGUA PARA VINHO
Chego a saciar a sede ao beber tua noite.
Vinho tinto e rascante nas lentes da taça!
De alegria e carne exponho a boca cheia.
Todos os teus desejos são minha graça.
Mordo as horas, mastigo o tempo.
Descubro em cada gole o teu segredo.
Não querias um Deus junto a ti para brindar?
Alguém, de entre mitos, escolhido a dedo?
Tintim! Ouço o tilintar de nossos corpos,
volúpias derramadas (tua e minha).
A língua saboreia livre sem tomar fôlego.
Os mágicos prazeres vêm das vinhas.
Uma nova safra nasce neste instante.
Velho moinho em que fui trigo e ora pão,
te dou sustento à luz do deslumbramento.
Apresento o milagre da transformação!
Faço da farra e do amor o meu banquete.
Celebro a vida à mesa farta (uvas e nacos).
Nada mais sagrado, nada mais profano:
o Zé-ninguém de ontem é hoje o teu Baco!
Marcelo Ribeiro, carioca, formado em Administração de Empresas pela UFRRJ e Ciências Contábeis pela Universidade Estácio de Sá, é amante de todas as formas de arte e começou a escrever seus poemas e contos ainda na adolescência, mas só atualmente resolveu investir nessa nova carreira. Prepara seu primeiro livro de poemas a ser publicado ainda este ano.
Antes do fim
Aquela taça
de vinho
Ainda jaz,
Parada na
mesa
Condenando-me
Tua ausência
já não me oprime mais
É apenas uma
vaga lembrança
Que se
dissolve nos dias que ainda restam
Viver é
exercitar os olhos a ver apenas o que se quer
Sem se
apegar a medos, ritmos, preceitos
Mascarando
dor, solidão, apatia
Sem se
importar com mais nada
Aos olhos
dos outros
O que
importa é o que se mostra
E o que vale
é o que se vê
Teu interior
só a mim pertence
E me acalma,
me conforta
Me faz
lembrar da paz das borboletas
Em seu
silencioso ardor
Trazendo de volta
Os dias
cinzentos,
As horas
quietas
E o som das
marés
Noite Alta
Vestiu-se de
sonhos, desejos, ilusões.
Armou-se
como quem vai à guerra.
Sua boca
pintada, num rubro vivaz
Qual vinho
tinto de sangue
Contorcia-se
quieta e delirante.
Saiu
silenciosa e radiante
Inebriada em
próprio perfume.
Queria ser a
santa, a puta, a mãe, a outra.
Oferendo o
corpo em gratidão.
Com sua voz
Desarmou
corpos
Ergueu
cetros
Salvou
almas.
Seguiu seus
instintos
Lançando-se
sem medo
Num
turbilhão de olhares, culpa e desejos.
Entre as
pernas, um fogo cálido ardia
Enquanto seu
medo era despido.
Lá fora a
rua lhe chamava
Mostrando
sua face mais serena
Obrigando-a
a despertar dos seus delírios
E num
momento de sútil desapego
Deitou-se
sozinha, com a sua solidão.
Tardes
de Junho
É preciso livrar-se das amarras
Correr o risco
Apanhar na cara
Acordar pra vida
Mudar de rumo
Tomar um banho de chuva
Lavar a alma
É necessário mudar
Transmutar
Como o poema, esse ser mutante
Abrindo caminhos, desvendando mundos
Curando as feridas da vida
Afinal gente se vende tão barato
Que depois não tem como reaver-se
Num exercício continuo de degradação
Usando mascaras
Sem olhos, bocas e ouvidos
Repetindo, repetindo, repetindo
O mesmo manual da vida perfeita
Aliás, agente briga, se machuca
E se pergunta
Qual a razão?
E se bestializa,
Sem ter a resposta
E as perguntas persistem:
O que fazer?
O que temer?
O que virá?
Será que virá?
E as faces continuam as mesmas
Sem sentido ou expressão
Denunciando um marasmo
Que abala e machuca
E que atinge em cheio
Nosso dom de sobreviver
Momento
Todo dia é único e não volta atrás
Todo amor é digno e nunca é demais
Construo meus versos soltando palavras
E assim as liberto pra seguirem seu rumo
Escrever me liberta do ócio
Do medo da vida
Me traz a importância de se ter um sentido
Caminhando nem sempre em linha reta
Mas sempre chegando onde se quer
Sou apenas mais um
Mesclando utopias
Acreditando em rimas
E na força de um poema
Ritmo
Teu amor me explode no peito
Em cores, cortes, cicatrizes
Um arco íris, um amálgama
São direções, destinos diversos, orientes
ocidentes, o norte, o sul, um vasto continente
É uma fome, um frio extremo
que me conforta me amedronta
É a síntese de tudo
Um átimo, um fluxo
Um tudo, um muito
um conjunto
Teu amor te torna
Tão eterno quanto um DEUS
Tão vivo quanto o querer
Quanto o poder
Teu amor só não é mais forte
Que o próprio amor