Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

domingo, 19 de janeiro de 2014

Um Brinde à Poesia Rio 13







Lucília Dowslley, poeta, jornalista, fotógrafa e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro. Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento pela Paz e Liberdade de Ser, inspirado em sonho, que mensalmente promove no MAC Niterói e no Museu da República. Se apresentou no Paraguai, Nova York e Nova Jersey. Publicou dois livros: Um Brinde à Poesia (2004) e Carmim (2012). Ministra Oficinas de Interpretação e Criação de Textos e coordena o Clube de Leitura para crianças. Viver poesia, falar a poesia, ser poesia. Assim têm sido os seus dias, Militante das artes a mais de 20 anos. Acredita na arte como instrumento de autoconhecimento e de conscientização para transformação da humanidade numa vida de qualidade, celebração e paz. Seja no teatro, na fotografia, na música ou literatura, este é o seu grande desafio, o seu objetivo maior e a sua luz.



O GIRASSOL

Parece que caminhei por muito tempo
Embaixo da chuva buscando inspiração
Para escrever algo que não falasse apenas da dor
Eu posso criar imaginar, viajar
Cada dia me traz mais motivos.
Cantarei alto brindarei a felicidade
Farei um voo até a mais alta montanha
Desta linda cidade do Rio de Janeiro.
Tocando o azul transformar-me-ei numa águia
Deixando o passado para trás.
Isso é apenas o começo.
Em seguida reverenciarei a Deus
Com simplicidade e verdade.
Minha prece habitará cada folha
Que se desprenderá e voará nesta tarde dourada.
Chegando ao Criador mudanças serão acionadas
A começar em mim.
Mais tarde quando o manto cobrir todo o universo
Meu grito aprisionado se tornará brilho
Em cada estrela que escorregar
E a cada fase da lua uma face em mim se revelará.
E o mar como grande espelho sugará a minha imagem
Em viagem ao meu ser.
Mergulharei sem temer e cada gota será minha também.
E cada grão de areia um sonho que despertarei
Infinitas possibilidades, uma loucura superior
Além da própria normalidade
Riqueza daqueles que sem temer a volta
Buscam aventura na existência.
Desafiar a si mesmo superar-se em prol de algo melhor.
Girar no girassol e soltar grãos de ouro a cada encontro.
Não hesitar brilhar com o sol, maestria dos reis ascencionados
Pela divina vontade do puro amor, renascer em mim.
Estes dias serão assim e estão apenas começando
Estes dias no girassol.  



MISSÃO 

Em cada olhar o sentimento presente
Em cada gesto a pureza da alma
Em cada palavra a revelação do desejo
Em cada lembrança a pessoa amada

Em cada flor o renascer do amor
Em cada gota o voo da emoção
Em cada pedra o transpassar da dor
Em cada pessoa revelação doação

Em cada alma espectros de nós
Em cada presente o dom da semente
Em cada desejo a missão cumprida
Em cada ausente a confirmação na saudade

Em cada amor o reflexo de Deus
Em cada emoção a beleza da entrega
Em cada dor a certeza da força
Em cada doação a partilha do pão

Em cada um de nós uma estrela a brilhar
Em cada semente o fruto prometido
Em cada missão cumprida o selo da eternidade
Em cada saudade a certeza do reencontro

Em cada reflexo de deus elevação do espírito
Em cada entrega o encontro de almas
Em cada força a superação do medo
Em cada pão o suor das mãos

Em cada estrela a brilhar o pulsar da vida
Em cada fruto prometido à confirmação do Criador
Em cada selo da eternidade e transcendência
Em cada encontro unicidade

Em cada elevação do espírito a comunhão da herança universal
Em cada encontro das almas a revelação do ser
Em cada medo o desejo da busca e do necessário
Em cada mão a missão do amor.




Jorge Ventura, Poeta, ator, escritor, jornalista e publicitário. Jorge Ventura está há 15 anos ininterruptos, dedicando-se à poesia cênica, modalidade na qual se especializou com muito talento e perseverança, somando ao seu currículo mais de 700 atuações pelo norte, sudeste e sul do país. Atual Diretor de Comunicação Social da APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro) e do SEERJ (Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro), é também Cônsul Poetas Del Mundo (região Recreio dos Bandeirantes/RJ), Membro Efetivo da SBPA (Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas), da IWA (Associação Internacional de Escritores e Artistas) e Membro Correspondente da ALACIB (Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil). Publicou quatro livros: Turbilhão de Símbolos (Imprimatur/ 2000), Surreal Semelhante (Imprimatur/ 2003), Sock! Pow! Crash! – 40 anos da série Batman da TV (um estudo jornalístico de 2006/ Opera Graphica) e Faca de Ponta, Fogo de Palha (2012/ Oficina Editores). Premiado em muitos concursos e festivais, como poeta e melhor intérprete, sua poesia está presente em dezenas de antologias, sites, jornais online e portais literários. Contato: www.jorgeventura.com.br | blog: arteblog.jorgeventura.com.br | e-mail: ventura@jorgeventura.com.br As mais recentes premiações: . Troféu de Melhor Autor (1º lugar em poesia), com o poema “De água para Vinho”, no 6º Festival de Poesia Falada de Varginha | MG, em âmbito nacional (novembro / 2012). . Certificado de Menção Honrosa, com o conjunto de aldravias, intitulado “De Beijos e De Paixão”, no 12º Circuito Literário 2012 | 10º Concurso Nacional de Poesias 2012 – Cidade de Ipatinga – MG. . Agraciado com o título de “Artilheiro da Cultura”, ao receber um distintivo especial concedido pelo Centro de Literatura do Forte de Copacabana – RJ (junho de 2013). . Medalha de Bronze no XXIV Concurso de Poesia, promovido pela ALAP (Academia de Letras e Artes de Paranapuã), como poema “O Sonhador” (dezembro/ 2013). . Troféu de Melhor Autor na II Mostra Maximus Premium, promovida pela APPERJ (Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro), com o poema “Elixir do Alquimista” (dezembro / 2013).











ORIGAMI

Quando a ideia me perturba, entre o barulho e o silêncio, tudo é um só contrassenso. Que inocência ou culpa virá em vão me julgar neste papel tumular? Reparto em dobras meus textos, discursos e manuscritos (de abismos e de delírios), nas páginas, palimpsestos.
Reparto também a folha, metade doutra metade, do que é múltiplo e arte. E antes que a ideia se recolha e a angústia vire bolha e o papel retorne seda, nas dobraduras das letras, o verso assim se desdobra. Pois toda palavra é obra pra muito além do poema.



PONTO DE CRUZ


  • choro a erosão do tempo traçado em ravinas
    sei do que é deserto: o caminho do homem
    a vida é trama dedicada à seca
    entrelaçam-se desmandos desenganos desenredos
    no horizonte de esperas o sertão bordado de mandacarus
    escrevo meu rumo no ponto de cruz




CULPA
Tecido raro,
última moda.


Corpo coberto
de pano e culpa.


Mentira e classe,
dono da rua.


De mais a roupa,
de menos o homem.


A FARSA E A FORÇA

Guardo cinco segredos nos dedos desta mão. Faço a soma dos medos na folha de urtigão. Tudo à volta entristece: o ermo,o solo,o entrevero. A farsa face a face com a força mais fere. Face invertida e falsa, a façanha da foice. Nem a farsa falsete, nem a força forçada.
Há a recusa do chão, só uma face ferida. A farsa contra a força é poesia impune. Mas peço um canto santo onde tão dura a farsa, onde tão lume a força. A fé já não me aplaca. Ponto de desencanto, eu canto minha prece bem na ponta da língua, bem na ponta da faca.



DE ÁGUA PARA VINHO

Chego a saciar a sede ao beber tua noite. Vinho tinto e rascante nas lentes da taça! De alegria e carne exponho a boca cheia. Todos os teus desejos são minha graça.
Mordo as horas, mastigo o tempo. Descubro em cada gole o teu segredo. Não querias um Deus junto a ti para brindar? Alguém, de entre mitos, escolhido a dedo?
Tintim! Ouço o tilintar de nossos corpos, volúpias derramadas (tua e minha). A língua saboreia livre sem tomar fôlego. Os mágicos prazeres vêm das vinhas.
Uma nova safra nasce neste instante. Velho moinho em que fui trigo e ora pão, te dou sustento à luz do deslumbramento. Apresento o milagre da transformação!
Faço da farra e do amor o meu banquete. Celebro a vida à mesa farta (uvas e nacos). Nada mais sagrado, nada mais profano: o Zé-ninguém de ontem é hoje o teu Baco!





Marcelo Ribeiro, carioca, formado em Administração de Empresas pela UFRRJ e Ciências Contábeis pela Universidade Estácio de Sá, é amante de todas as formas de arte e começou a escrever seus poemas e contos ainda na adolescência, mas só atualmente resolveu investir nessa nova carreira. Prepara seu primeiro livro de poemas a ser publicado ainda este ano.

Antes do fim

Aquela taça de vinho
Ainda jaz,
Parada na mesa
Condenando-me
Tua ausência já não me oprime mais
É apenas uma vaga lembrança
Que se dissolve nos dias que ainda restam
Viver é exercitar os olhos a ver apenas o que se quer
Sem se apegar a medos, ritmos, preceitos
Mascarando dor, solidão, apatia
Sem se importar com mais nada
Aos olhos dos outros
O que importa é o que se mostra
E o que vale é o que se vê
Teu interior só a mim pertence
E me acalma, me conforta
Me faz lembrar da paz das borboletas
Em seu silencioso ardor
Trazendo  de volta
Os dias cinzentos,
As horas quietas
E o som das marés
  
Noite Alta

Vestiu-se de sonhos, desejos, ilusões.
Armou-se como quem vai à guerra.
Sua boca pintada, num rubro vivaz
Qual vinho tinto de sangue
Contorcia-se quieta e delirante.
Saiu silenciosa e radiante
Inebriada em próprio perfume.
Queria ser a santa, a puta, a mãe, a outra.
Oferendo o corpo em gratidão.
Com sua voz
Desarmou corpos
Ergueu cetros
Salvou almas.
Seguiu seus instintos
Lançando-se sem medo
Num turbilhão de olhares, culpa e desejos.
Entre as pernas, um fogo cálido ardia
Enquanto seu medo era despido.
Lá fora a rua lhe chamava
Mostrando sua face mais serena
Obrigando-a a despertar dos seus delírios
E num momento de sútil desapego
Deitou-se sozinha, com a sua solidão.


Tardes de Junho

É preciso livrar-se das amarras

Correr o risco

Apanhar na cara

Acordar pra vida 

Mudar de rumo

Tomar um banho de chuva

Lavar a alma 

É necessário mudar

Transmutar

Como o poema, esse ser mutante

Abrindo caminhos, desvendando mundos

Curando as feridas da vida 

Afinal gente se vende tão barato

Que depois não tem como reaver-se

Num exercício continuo de degradação
Usando mascaras
Sem olhos, bocas e ouvidos
Repetindo, repetindo, repetindo

O mesmo manual da vida perfeita
Aliás, agente briga, se machuca

E se pergunta

Qual a razão?

E se bestializa,

Sem ter a resposta

E as perguntas persistem:

O que fazer?

O que temer?

O que virá?

Será que virá?

E as faces continuam as mesmas

Sem sentido ou expressão

Denunciando um marasmo

Que abala e machuca

E que atinge em cheio

Nosso dom de sobreviver


Momento

Todo dia é único e não volta atrás
Todo amor é digno e nunca é demais
Construo meus versos soltando palavras
E assim as liberto pra seguirem seu rumo
Escrever me liberta do ócio
Do medo da vida
Me traz a importância de se ter um sentido
Caminhando nem sempre em linha reta
Mas sempre chegando onde se quer
Sou apenas mais um
Mesclando utopias
Acreditando em rimas
E na força de um poema

  
Ritmo

Teu amor me explode no peito

Em cores, cortes, cicatrizes

Um arco íris, um amálgama

São direções, destinos diversos, orientes

ocidentes, o norte, o sul, um vasto continente

É uma fome, um frio extremo

que me conforta me amedronta

É a síntese de tudo

Um átimo, um fluxo

Um tudo, um muito

um conjunto

Teu amor te torna

Tão eterno quanto um DEUS

Tão vivo quanto o querer

Quanto o poder
Teu amor só não é mais forte
Que o próprio amor










terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um Brinde à Poesia Nit. - Primeira Edição de 2014






A CHAVE MESTRA
 Lucília Dowslley

Palavras coloridas
Que se perderam
No branco nada
Poderiam criar asas
Desenhar novo mundo
De traços originais
Delinear projeções
Aspiradas por jovens
Poetas dos sonhos
Voar balão azul
Aqui na Terra
E um pouco mais além
Saber que um desejo
Pode ser mais que vontade
Quando o pulso
Vem explodindo paixão 
Essencial espectro divino
Sopro na alma
De todo ser que um dia
Aqui passou
Sensibilizou e amou
Simples assim
E por isso mesmo
Enigmático
Pegue a sua bússola
Vá  mais além
Aventura o espera
A matemática da criativa
Existência deslocando-se
Entre estreitos dois caminhos
A chave mestra da vida
Aqui agora
Tempo espaço
Ser ter estar
Equilibrar
Um celebrar de vozes
A tilintar no ar
Fazer viver valer
Um Brinde à Poesia!




O trem das coisas
Patrícia Porto

A gente perde o ônibus,
os óculos,
o trem das coisas.
Não o amor.
O amor se vai,
se es vai,
des via,
        O coração é que abisma.



Toda maçã será comida
Patrícia Porto

A mulher que sou é um bicho tolo,
ama sem vícios,
sem recompensas,
sem garantias
ou avisos prévios.
A mulher, que eu sou - é um bicho tonto,
é um bicho doido.
Perdoai.



amor de mais mistérios...
Patrícia Porto


o Misterioso do amar que leva esse poema é para intentos.
As náuseas da mulher que chora o intenso desse parto,
eu as partilho, porque partilho do tempo a necessidade de escorrer!
Dê-me ampulhetas, mãos pra segurar areia...
Entre meus dedos finos, meu caminho de estrelas diz:
Eu te quero o muito desse verso...
Em dias de saudades
eu sonho é contigo uma nova linguagem.
Que sonho é esse, meu amigo?

Divide o pão e o sol comigo.
O misterioso da paixão que queira
me sopra o ouvido... Um sopro bom do teu sensível.
Desfaz esse teu medo de abismo.
Tem tanta brisa e tanto espaço aqui nesse quarto de hora,
descansa no meu tempo escorrido o Amor e seus mistérios tantos. 


Bicho do Mato.
Patrícia Porto

Vó me chama, eu ouço...
Quero voltar pra esse dentro,
quero voltar pro teu mundo,
quero meu, teu colo sereno.
O mundo é tão feio daqui, é o demo!,
o mundo da cidade grande é grande no apedreja.
Eu com essa cara de fraca, com esse jeito de chute,
com essa roupa de chita, esses pés de chão sem sossego,
minha alma é tão a nordeste de tudo.
Eu que só fiz chorar desde que me vi sentada nessa fabricação de gente,
já inundei dois sertões, dois rios, dois lagos e um caminho.
E até aprendi essa língua, encolhi  meu sotaque,
vesti fantasia de minha mais alta miséria!
Mas não sou ninguém desses,  deles sou o só do invisível,
o pó da mesa,  o pó do miolo que cai, o que se varre.
Sem luz nem vela,  agarrei-me ao pé de minha santa,
pedi tanto a São Benedito, fiz tanta prece,
tanta promessa de juntar meu pé de meia.
Mas a cidade grande te sacode até moer,
enfraquece os ossos, te bate na cara e violenta: “Cai, peste!”
É um sem saída, é um sei, não sei, não vejo por onde se abre mais a porta, portinhola,
alçapões, e os desvios.
Parece até que perdi a hora de voltar, minha mãe.
Já nem sei mais se de onde sou sei onde fico. 
Sou Bicho do Mato. Do Mato! O mato que me come e dorme.
Eu assobio de medo, mas vocifero tinhosa, esse brocado é de destino.


Poetisas
Patrícia Porto

Todo poema um agudo dentro,
um  fosso,
a ferida aberta trágica,
uma flor arrancada dos espinhos.
A face de um Cristo emoldurada,
um desejo de fé,
uma saudade dobrada,
uma teia suspensa com uma aranha,
uma aranha pendurada, perdurada
a aranha a espera de ser alvejada
por mãos imensas.
Não mate a aranha, requer a escrita.
Não desvulcanize a aranha em seu devagar
exercício de existência.
Onde a morte a liberta do tapa da vida,
ela constrói uma nova gravidade.
E cai, teia, feia, forte, elástica, corcunda.
E é poema, um grave som de felicidade.
Feito.







"O que mais gosto em você"
Sérgio Gramático

São essas sardinhas
que se espalham do narizito
rumo às maçãs da face
dando à fêmea

ares de menina sapeca
E essa cintura que se afina violonicamente
antes de se revelaram 
suaves e volumosas 
em ancas
E esse bom humor de manhã de domingo
a qualquer tempo
com esse estoque abarrotado de risos
E essa enfiada aflita de unhas 
nas minhas saboneteiras
causada nesse nervoso de dentes apertados
na querência de mais atenção e tato
E essa voz de criança e sarcasmo
ao me chamar de neném
E esse aperto de dedos entrelaçados
que me dá quando o avião decola
E essa liberdade de cantar qualquer letra
mesmo que não seja a dessa música
E esse abraço de coxas à noite
a nos fazer mais nós ainda
E esse aroma que um pós-banho exala
da essência da tua pele
me inebriando
E esse zelo de anotar fatos e dados
nas nossa viagens
E esses pezinhos mastigáveis
que eu quero morder o tempo todo
que vão pisar muita estrada
junto aos meus
E essa fungada que dá num rompante
atrás da minha orelha desavisada
E essa forma de sentar 
enfiando a panturrilha de uma perna
embaixo da coxa da outra
quando na cadeira do computador
E essa empolgação quando conta novidade 
prendendo o cabelo atrás da orelha
E essa boca que desenha os fonemas
que profere palavrões sem raiva
que sorri
que (graças a Deus) me beija
E essa vontade incansável
de aprender e aprender
pra se construir melhor pro mundo
E essa deitada de cabeça no meu ombro
E esses planos de futuro unido
E esse abraço que me pega pra si
E essa fé que nos faz movimento
E esse tudo completo
Esse complemento de mim
Essa tua melhor imperfeição pra combinar com a minha
Esse jeito de sereia fada
de jovem senhora
de mulher loba
E essa alma fundida com o corpo
no amálgama do belo com o belo
E esse amor que te transborda
que te sustenta e retroalimenta
que nos empanturra e não nos sacia
Esse amor construindo
Esse amor companhia
Esse amor harmonia que tu trás pra gente
meio eros, meio ágape
todo amado
Esse amor possível
que escreve 
singelo e colorido
a história de nossas vidas.