Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

quinta-feira, 1 de julho de 2010

UM BRINDE À POESIA (MEU LIVRO)

UM POUCO SOBRE MIM


UM POUCO SOBRE MIM
Poeta, fotógrafa e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro.

Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento pela Paz e Liberdade de Ser, inspirado em sonho. O símbolo de projeto é a foto da estátua de um Anjo tirada, em 1998, no Central Park. Mensalmente a escritora promove saraus, tendo inclusive já se apresentado no Paraguai, Nova York e Nova Jersey. Comemorando cinco anos do Movimento lança seu primeiro livro de pensamento, foto e poesia com o título Um Brinde à Poesia.

Trabalha nas seguintes atividades: Fotografia - Jornalismo – Designer Gráfico – Produção Cultural – Artes – Literatura – Educação - Teatro

Graduação em Jornalismo – Faculdade Hélio Alonso
Web designer e Designer Gráfico– CEIMPRO

Oficinas de Teatro e Montagem de Peça Teatral, com os diretores Françoise Fourton (1997), Anamaria Nunes (1997/1998), Marcio Trigo (2003/2004), Marcelo Aquino (2009/2010), entre outros.

PRINCIPAIS FATOS BIOGRÁFICOS (A PARTIR DE 1997):

1997 - Trabalha no Jornal Verbo & Imagem da Fundação de Artes de Niterói

1997 - Se apresenta pela primeira vez como poeta num evento literário, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.

1997 – Participa, como atriz, da montagem Crônicas Pantagruélicas do Infâme Rabelais, de Ana Maria Nunes, no Teatro Municipal de Niterói e no Teatro Glauce Rocha, interpretando cinco personagens.

1997/1998 - Trabalha como Fotógrafa da Bloch Editores, fazendo fotos externas e em estúdio, um deles o PROJAC da Rede Globo, registrando cenas de novelas.

1998 - Viaja para Nova York pela primeira vez e fotografa O Anjo, no Central Park, imagem revelada em sonho para ser símbolo do Um Brinde à Poesia.

1997/1998/1999 - Monta a Cia Teatral Máscaras com jovens entre 17 e 25 anos.
Escreve, dirige e produz Viajando nas Páginas Musical Infantil, no Museu do Ingá e no SESC Niterói.

1997 - Escreve, dirige, atua e produz Flashes & Folhas projeto multimídia reunindo poesia, fotografia, teatro e música, retratando a realidade dos moradores de rua contrastando com a harmonia da natureza, no Plaza Shopping, na Estação Livre Cantareira, em Niterói e no Espaço La Folie, em Botafogo. Nesta ocasião trabalha como voluntária do projeto Pró criança, dando aulas de teatro e tirando meninos das ruas.

1999 - Trabalha com publicidade na Revista Portos e Navios.

10 de maio de 1999 - Sonha com toda a idéia do Um Brinde à Poesia e no dia 11 de junho faz o lançamento num sarau homenageando Fernando Pessoa e Vinícius de Moraes, reunindo 60 pessoas e distribui a primeira edição da revistinha literária, que chegou a ser publicada até o número 65.

1999 a 2002 - Apresentou o Um Brinde à Poesia em bares e Espaços Culturais da cidade de Niterói, entre eles: Museu do Ingá, Clube dos Advogados, Teatro da UFF.

2003/2004 - Apresenta Um Brinde à Poesia mensalmente na Livraria Ver & Dicto, chegando a ter 80 pessoas reunidas por noite. Lançando seu primeiro livro Um Brinde à Poesia, fotos pensamentos e poesia, numa edição independente com tiragem de mil exemplares.

2005 - Viaja para Nova York e fica lá durante seis meses. Recebendo o convite para relançar o livro na sede da Seicho-no-ie, em Nova York e em Nova Jersey. Recebe o incentivo do diretor da UBNY (União Brasileira de Escritores de NY) e dos jornais Comunidade News, Brazilian Voice e Brazilian Press.

2006/2007 - Inaugurou e dirigiu o Ateliê do Poeta, em Itaipu, Niterói, participando da Rota das Artes e promovendo workshops, palestras, espetáculos e exposições.

1999/2011 - Criação, produção e apresentação do evento cultural Um Brinde à Poesia, com edições nos principais espaços culturais da cidade de Niterói, com passagem em Nova Jersey, Nova York e Paraguai,

2000/2011 - Aulas de Informática, Teatro e Criação de Textos para crianças (3/10 anos), no Jardim Escola Sementinha Iluminada e CIEP Várzea das Moças.

1999/2011 - Oficina de Criação e Interpretação de texto e teatro, para jovens e adultos.

2009 - Participa da montagem teatral Cabaret Wilde, como atriz, com poesias próprias inseridas no espetáculo (Salomé), no Solar de Botafogo.

2010 - Criou e coordenou a Sala Fala Poeta, no Centro de Niterói, onde acontece mensalmente o sarau pocket/clube de leitura Coração Poético.. Espaço que utiliza também para ministrar as Oficinas de Criação e como estúdio fotográfico.

Exposição Fotográfica:

Flashes & Folhas – Novembro de 1997, Ateliê Art Center, São Francisco Niterói. Plaza Shopping e Estação Livre Cantareira, Maio de 1998. Espaço Cultural La Folie, Botafogo, Agosto de 1999. Encontro pela Paz e Liberdade de Ser, Paraguai, novembro de 2000. Exposição multimídia, com projeção e performance poética, apresentando fotos de moradores de rua de várias cidades como Rio de Janeiro, Nova York, Niterói, Teresópolis, entre outros, contrastando belas paisagens naturais. Dia Mundial da Fotografia - Sociedade Fluminense de Fotografia – Coletiva, 2001. Um Olhar Sobre Niterói, fotos em homenagem aos 428 anos de Niterói. Sala José Cândido de Carvalho. Luzes do Som, SESC Niterói, maio de 2003. Fotos de shows de Moska, Biquíni Cavadão, Joana, Luciana Mello, Alceo Valença, Frejat, entre outros. Curando Desirré Monjardim, setembro de 2004, coletiva, Espaço Cultural MODA, Ingá, Niterói. COLETIVA – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, abril de 2006. Espírito das Ruas, fotos de Nova York, julho de 2006, Ateliê do Poeta, Itaipu, Niterói. Natal Feliz, coletiva, Barra Vento Center, Piratininga, dezembro de 2006/2007. Niterói Poética, Livraria EDUFF, Icaraí, Niterói, Novembro, de 2008. Um olhar sobre Niterói, FLUP – Casimiro de Abreu, maio de 2011.

Outra atividade da artista é desenvolver souvenir e brindes a partir das composições de foto e poesia. Entre eles: camisetas, canecas, imãs, chaveiros, pôsteres, quadros, postais, entre outros. Participou da criação de souvenir para o catálogo Souvenir Rio Niterói, lançado pelo SEBRAE/SENAC, em 2008.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

VAMOS COMEMORAR!!


Lucília Dowslley convida para edição Um Brinde à Poesia 11 Anos
Poesia, fotografia e musica

22/06/10 19h00min


Local: Espaço Paratodos
Av.Quintino Bocaiúva, n° 325 - sala 203 - Shopping Lido – São Francisco, Niterói, Rio de Janeiro


Das 19 as 22 hs - Entrada: R$ 5,00.
Participação Especial: Stella Vives (Florbela Espanca, e você.

CONFIRME A SUA PRESENÇA E PARTICIPAÇÃO.
30652697 OU 95199225

quinta-feira, 25 de março de 2010

oficina de criação 2010



CRIAÇÃO I (POESIA & TEATRO)
CRIAÇÃO II ( FOTO & POESIA)

AULAS INDIVIDUAIS OU EM GRUPO.

um brinde à poesia internacional

ComunidadeNews.com | Notícias | Cultura
Um brinde à poesia em Newark
Por: Liliane Pólvora - 06/21/2005 04:00:00 PM
Jornalista lança livro de poesias com ilustrações de Nova York
Aconteceu no último dia 18 de junho na sede da Seicho-no-ie em Newark, o lançamento do livro Um Brinde à Poesia da jornalista Lucília Dowslley, em comemoração aos seis anos do movimento cultural de mesmo nome fundado por ela no Rio de Janeiro. Na ocasião a jornalista apresentou alguns poemas, entre eles Ensina-me - Instrumento, já conhecido do público que acompanha seu trabalho, além da exibição de fotos de sua própria autoria. Lucília Dowslley segue a filosofia de vida da Seicho-no-ie e já há alguns meses está viajando para fotografar Nova York, onde tirou, em 1999, a foto principal do livro intitulada Meu Anjo, que virou o símbolo da obra. “O símbolo do livro foi uma foto que tirei, em janeiro de 1998, no Central Park, em Nova York. Intitulei simplesmente de Anjo e não foi por acaso”, conta. Os projetos da jornalista para 2006 incluem lançar seu livro traduzido para o inglês em Nova York, já que possuimuitas fotos produzidas na cidade. Ela já está produzindo material para o segundo livro, seguindo o mesmo estilo, com lançamento para setembro de 2005. No final do mês de junho, Lucília volta para o Brasil e já adianta que os brindes à poesia retornaram ao Rio de Janeiro a partir de julho. Sobre os Brindes O Movimento um Brinde à Poesia foi criado pela jornalista, atriz e poeta Lucília Dowslley, natural de Nitéroi, Rio de Janeiro, e tem apresentação todas as segundas quintas-feiras de cada mês na Livraria Ver e Dicto, em Icaraí-, Niterói. O movimento reúne cerca de 60 a 80 pessoas, além de ter uma publicação própria para divulgar poetas participantes e estimular a leitura de poesia, com distribuição gratuíta de livretos de dezesseis páginas. O livro é fruto da temática existencialista da artista da busca do ser, da comunhão com o Divino e da arte como instrumento do próprio despertar. Este é o primeiro livro que Lucília publica e uma das características principais do trabalho desenvolvido pela artista é a união de fotos à poesia. Lucília Dowslley é formada em jornalismo, é atriz profissional e trabalha profissionalmente também como fotógrafa. Sua principal área de atuação são peças teatrais e shows. Sua última exposição Luzes do Som aconteceu no SESC – Niterói, em maio de 2003, retratando artistas que se apresentaram no SESC. A jornalista promove o Movimento Um Brinde à Poesia e apresenta-se em eventos poéticos e artísticos representando no Brasil e em alguns países da América do Sul e Norte, como o ensaio fotográfico tirado nas ruas da Cidade Del Leste retratando a realidade social, e fotos do Rio e Nova York. Além de apresentação teatral de poemas feitos para as fotos, sob sua interpretação. “Cada pensamento, cada poesia e até cada fotografia, contém mensagem. Através da minha arte venho traçando o meu caminho, mas não são só pela direção exterior, mas principalmente dentro de mim. Hoje, posso sentir o desejo pulsante de expressar-me artisticamente e sinto que de outra forma não saberia viver”, conclui.

sábado, 13 de março de 2010

DIA NACIONAL DA POESIA - 14 DE MARÇO


A palavra "poesia" tem origem grega e significa "criação". É definida como a arte de escrever em versos, com o poder de modificar a realidade, segundo a percepção do artista.

Antigamente, os poemas eram cantados, acompanhados pela lira, um instrumento musical muito comum na Grécia antiga. Por isso, diz-se que a poesia pertence ao gênero lírico. Hoje, os poemas podem ser divididos em quatro gêneros: épico, didático, dramático e lírico.

As linhas de um poema são os versos. O conjunto desses versos chama-se "estrofe". Os versos podem rimar entre si e obedecer à determinada métrica, que é a contagem das sílabas poéticas de um verso. Os versos mais tradicionais são as redondilhas; a redondilha menor tem cinco sílabas, e a maior com sete; os versos decassílabos, dez; os alexandrinos, doze.

A rima é um recurso que confere musicalidade aos versos, baseando-se na semelhança sonora das palavras do final ou, às vezes, do interior dos versos. Rima, ritmo e métrica são características especiais de um poema e que podem variar, dependendo do movimento literário da época.

No Brasil, os primeiros poemas surgiram junto com o seu descobrimento, pois os jesuítas usavam versos para catequizar os índios.

Depois, surgiram outras formas de poesia, como o barroco (1601-1768), o arcadismo (1768-1836), o romantismo (1836-1870), o parnasianismo (1880-1893), o simbolismo (1893-1902), o pré- modernismo (1902-1922), o Modernismo (1922-1962), até a forma de hoje.

O Dia Nacional da Poesia é comemorado em homenagem ao nascimento de Castro Alves, em 14 de março de 1847. Poeta do romantismo, ele foi um dos maiores nomes da poesia brasileira. Suas obras que mais se destacaram foram: Os escravos (no qual há o seu famoso poema Navio Negreiro) e Espumas flutuantes, cujas características principais são a valorização do amor e a luta por liberdade e justiça. Há outros nomes importantes da poesia brasileira: Alberto de Oliveira, Gonçalves Dias, Raimundo Correia, Olavo Bilac, Casimiro de Abreu, Cecília Meireles, Jorge de Lima, Ferreira Gullar, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros.

segunda-feira, 1 de março de 2010

MÊS DE MARÇO - MÊS DA POESIA




CADA PARTÍCULA SONHO
SE MOVIMENTA VERSO
E HARMONIOSAMENTE
CONVERTE-SE UNIVERSO.

Adicione o perfil do Um Brinde: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=753447631541176842

A MINHA ALMA POÉTICA DELIRA QUANDO CONSEGUE LIBERTAR OS VERSOS, QUE SE NÃO VIVIDOS, PELOS MENOS FORAM SONHADOS.


TERCEIRA SEMANA DA POESIA
(programação completa: http://www.semanadapoesiario.blogspot.com/)

DIA 16 DE MARÇO, DAS 19:30 AS 22:00 HORAS

NITERÓI ABRAÇA O RIO

RELANÇAMENTO DO LIVRO O DIÁRIO DO CAMALEÃO DE MARCELO MOURÃO, COM A PARTICIPAÇÃO DE GRANDES NOMES DA POESIA CARIOCA. ENTRE ELES: CAIRO TRINDADE,
JL SANTOS, IVERSON CARNEIRO, DENIZIS TRINDADE, ALUÍZIO REZENDE, SÉRGIO GERÔNIMO, IGOR FAGUNDES. PARTICPAÇÃO MUSICAL: TCHELO DUARTE (VIOLÃO) E ANTÔNIO DE SOUZA (VIOLINO)

LOCAL: VARANDA DO
CENTRO CULTURAL PASCHOAL CARLOS MAGNO, CAMPO DE SÃO BENTO, ICARAÍ, NITERÓI (RUA LOPES TROVÃO COM AVENIDA ROBERTO SILVEIRA)

ENTRADA FRANCA

CANJA POÉTICA
O microfone é livre.
Poesia comprometida com o palco. Se for tímido, disfarce... Comece tirando um papel dobradinho do bolso, erga o dedo, leia calmamente.... Depois vem os aplausos, o incentivo... Quem frequenta os saraus sabe: isso, essa coisa de poesia, vicia. Você vai querer mais. Vamos celebrar a vida!!!!!

Agradecimentos especiais: FAN, CCPCM, Prefeitura de Niterói, Porção Mágica, Steak House, Estasom e J. E. Sementinha Iluminada.

Brilha Luz! Paz! Graças a Deus! Lucília Dowslley

A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas.

As poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.

Existem três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.

A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.

Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.

Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.

Cursou direito na faculdade do Recife e teve grande participação na vida política da Faculdade, nas sociedades estudantis, onde desde cedo recebera calorosas saudações.

Castro Alves era um jovem bonito, esbelto, de pele clara, com uma voz marcante e forte. Sua beleza o fez conquistar a admiração dos homens, mas principalmente as paixões das mulheres, que puderam ser registrados em seus versos, considerados mais tarde como os poemas líricos mais lindos do Brasil.

Navio Negreiro

Castro Alves



I

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.


II


Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...


III


Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!


IV


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...


V


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...


VI


Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

FEVEREIRO 2010




NAVEGAR
FEVEREIRO/2010(LUCÍLIA DOWSLLEY)
PARA CARLA E FERNANDO PESSOA

EU SEI
ÀS VEZES TAMBÉM SINTO
COMO SE A EXISTÊNCIA
FOSSE-ME ENGOLIR
COMO UMA GRANDE ONDA
QUANDO O MAR
ESTÁ DE RESSACA
PORQUE BEBEU TODAS
POR TAMBÉM NÃO AGUENTAR
TANTA IMENSIDÃO
TANTA PRESSÃO
TANTA OPRESSÃO
ÀS VEZES, FECHO OS OLHOS
E MERGULHO ANTES DA ONDA PASSAR
DIZEM QUE ASSIM
PROTEGIDOS LÁ NO FUNDO
SEM TERMOS NOÇÃO
ELA SEGUE POR CIMA
SEM NOS ASSUSTAR
É CLARO QUE TEMOS A SENSAÇÃO
DE TODO PERIGO
ÀS VEZES PERCEBO
BEM NITIDAMENTE
QUE O MOVIMENTO
É CÍCLICO
E QUE SE ME DEBATO
ACABO AFUNDANDO
TEM QUE SEGUIR O SENTIMENTO
RESPINGADO NA PELE
TODA EMOÇÃO
ENTREGAR, FLUTUAR
GOTA POR GOTA
VAI COMPONDO A GENTE
SOL, SAL, SOUL
CÉU, MAR, AR
UM SER SOLITÁRIO
NO AZUL SOLTO A NAVEGAR
SABE QUE TUDO VALE A PENA
QUANDO SE AVENTURA AMAR..

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010


A MINHA ALMA POÉTICA DELIRA QUANDO CONSEGUE LIBERTAR OS VERSOS, QUE SE NÃO VIVIDOS, PELOS MENOS FORAM SONHADOS.

DIA 14.01.2010, NO CENTRO CULTURAL PASCHPAL CARLOS MAGNO, CAMPO DE SÃO BENTO, ICARAÍ, NITERÓI, DAS 19 AS 21:30. ENTRADA FRANCA

Um Brinde a todos que participaram das edições de 2009!! Vocês são especiais! Com a presença de todos a história deste movimento foi escrita. Obrigadoooo!
O microfone é livre.
Poesia comprometida com o palco. Se for tímido, disfarce... Comece tirando um papel dobradinho do bolso, erga o dedo, leia calmamente.... Depois vem os aplausos, o incentivo... Quem frequenta os saraus sabe: isso, essa coisa de poesia, vicia. Você vai querer mais. Vamos celebrar a vida!!!!!
Agradecimentos especiais: FAN, CCPCM, Prefeitura de Niterói, Porção Mágica, Steak House, Estasom e J. E. Sementinha Iluminada.

Brilha Luz! Paz! Graças a Deus! Lucília Dowslley