Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Um Brinde à Poesia Rio 07





Um Brinde à Poesia Movimento pela paz e liberdade de ser

CADA PARTÍCULA SONHO
SE MOVIMENTA VERSO
E HARMONIOSAMENTE
CONVERTE-SE UNIVERSO. (L. Dowslley)

De quinze em quinze dia admiradores e artistas 
se reúnem, compartilham sentimentos, 
afeto e arte, além de fazerem um brinde na prática. 
São fortes emoções! 
Um instante para a alma se abrir nos 
dias de hoje e celebrar a paz. 

E tudo começou com um sonho, que eu tive, no dia 10 de maio, 
dois dias antes do meu aniversário. 
Fui em busca da realização e no dia 11 de junho de 1999, 
lancei a primeira edição e não parei mais. 
Em junho completará 14 anos.

O objetivo deste Movimento é divulgar a obra de artistas consagrados na literatura e na música - letrista, proporcionar espaço para novos autores e compositores, estimular e encorajar aqueles que nunca se apresentaram num sarau ou mesmo falaram num microfone em público e promover lançamento de livros ou Cds, sem custo algum para o artista.

São duas edições mensais. Em 2013 atravessei a ponte e fixei o encontro, toda quarta quarta-feira do mês, na Livraria do Café, no Shopping da Gávea, das 19 às 21:30. Em Niterói, acontece no MAC, todo segundo sábado do mês, das 15 às 18 horas. 


Coordenação e Apresentação: Lucília Dowslley

Músico Residente: Alexandre Mendes (músico compositor)

Lançamento do Livro "Asas Que Tenho Por Dentro" do poeta Naldo Velho, 

pela Oficina Editores

Palavra do Prefaciador: Wanda Monteiro

Convidada especial: Mônica Montone, autora e atriz da Peça Teatral 

"Sexo, Champanhe e Tchau"

Poetas Convidados: Nina Flor Adlin, Dan Juan Nissan Cohen (Absurdamente Poético)



Celebrando Centenário: Vinícius de Moraes


Canja Diversos: Você - Traga um poema ou música e apresente na canja

(inscreva-se na hora, na página de eventos do facebook)



PS: Depois seguimos todos para "Pelada Poética" no Leme. 

Overdose de POESIA Vamos nos embriagar de emoção!!!!

"Por Um Rio, Capital da Poesia".

SAUDAÇÕES A TODOS!

Produção Geral: Lucilia Dowslley





Lucília Dowslley
Jornalista, poeta, fotógrafa e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro.


LEIA MATÉRIA NO COMUNIDADE NEWS NY. 
ENTREVISTA POR SELMO VASCONCELLOS NA 1ª ANTOLOGIA POÉTICA MOMENTO LÍTERO CULTURAL:http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

ACESSE SITE: http://www.wix.com/luciliadowslley/lucilia


Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento 


pela Paz e Liberdade de Ser, 


inspirado em sonho. O símbolo do projeto é a foto da estátua de um Anjo tirada, em 1998, 
 

no Central Park, intitulada Meu Anjo. 
 

Mensalmente a escritora promove saraus, tendo inclusive já se apresentado no Paraguai, 
 

Nova York e Nova Jersey. Comemo
rando cinco anos do Movimento 


lança seu primeiro livro de pensamento, foto e poesia com o título Um Brinde à Poesia.

Trabalha nas seguintes atividades: 


Fotografia - Jornalismo – Designer Gráfico – 


Produção Cultural – Artes – Literatura – Educação - Teatro

Graduação em Jornalismo – Faculdade Hélio Alonso

Oficinas de Teatro e Montagem de Peça Teatral, 


com os diretores Françoise Fourton (1997), 


Anamaria Nunes (1997/1998), 


Marcio Trigo (2003/2004), Marcelo Aquino (2009/2010), 


entre outros.

PRINCIPAIS FATOS BIOGRÁFICOS (A PARTIR DE 1997)

1997 - Trabalha no Jornal Verbo & Imagem da Fundação de Artes de Niterói

1997 - Se apresenta pela primeira vez como poeta num evento literário, 


no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, o Happening Lunar, coordenado por Carlos Mantra.

1997 – Participa, como atriz, da montagem Crônicas Pantagruélicas do Infâme Rabelais, 


de Ana Maria Nunes, no Teatro Municipal de Niterói 


e no Teatro Glauce Rocha, interpretando cinco personagens,


onde foi aplaudida em cena aberta várias vezes.

1997/1998 - Trabalha como Fotógrafa da Bloch Editores, 


fazendo fotos externas e em estúdio, 


um deles o PROJAC da Rede Globo, registrando cenas de novelas.

1998 - Viaja para Nova York pela primeira vez e fotografa O Anjo, 


no Central Park, imagem revelada em sonho para ser símbolo do Um Brinde à Poesia.

1997/1998/1999 - Monta a Cia Teatral Máscaras com jovens entre 17 e 25 anos.
Escreve, dirige e produz Viajando nas Páginas Musical Infantil, 


no Museu do Ingá e no SESC Niterói.

1997 - Escreve, dirige, atua e produz Flashes & Folhas projeto multimídia reunindo poesia, 


fotografia, teatro e música, retratando a realidade dos moradores de rua 


contrastando com a harmonia da natureza, 


no Plaza Shopping, na Estação Livre Cantareira, em Niterói e no 


Espaço La Folie, em Botafogo. Nesta ocasião trabalha 


como voluntária do projeto Pró criança, dando aulas de teatro e tirando meninos das ruas.

1999 - Trabalha com publicidade na Revista Portos e Navios.

10 de maio de 1999 - Sonha com toda a ideia do Um Brinde à Poesia 


e no dia 11 de junho faz o lançamento num sarau homenageando Fernando Pessoa 


e Vinícius de Moraes, reunindo 60 pessoas e 


distribui a primeira edição da revistinha literária, 


que chegou a ser publicada até o número 65.

1999 a 2002 - Apresentou o Um Brinde à Poesia em bares e Espaços Culturais da cidade de Niterói, entre eles: Museu do Ingá, Clube dos Advogados, Teatro da UFF.

2003/2004 - Apresenta Um Brinde à Poesia mensalmente 


na Livraria Ver & Dicto, chegando a ter 80 pessoas reunidas por noite. 


Lançando seu primeiro livro Um Brinde à Poesia, 


fotos pensamentos e poesia, numa edição independente 


com tiragem de mil exemplares.

2005 - Viaja para Nova York e fica lá durante seis meses. 


Recebendo o convite para relançar o livro na sede da Seicho-no-ie, 


em Nova York e em Nova Jersey. Recebe o incentivo do diretor da UBNY 


(União Brasileira de Escritores de NY) e dos jornais 


Comunidade News, Brazilian Voice e Brazilian Press.

2006/2007 - Inaugurou e dirigiu o Ateliê do Poeta, em Itaipu, 


Niterói, participando da Rota das Artes e 


promovendo workshops, palestras, espetáculos e exposições. 

1999/2011 - Criação, produção e apresentação do evento cultural 


Um Brinde à Poesia, com edições nos principais espaços culturais 


da cidade de Niterói, com passagem em Nova Jersey, Nova York e Paraguai, 

2000/2012 - Aulas de Informática, Teatro e Criação de 


Textos para crianças (3/10 anos) e Clube de Leitura no 


Jardim Escola Sementinha Iluminada e CIEP Várzea das Moças.

1999/2011 - Oficina de Criação e Interpretação de texto 


e teatro, para jovens e adultos.

2009 - Participa da montagem teatral Cabaret Wilde, 


como atriz, com poesias próprias inseridas 


no espetáculo (Salomé), no Solar de Botafogo.

2010 - Criou e coordenou a Sala Fala Poeta, no Centro de Niterói, 


onde aconteceu mensalmente o sarau pocket/clube de leitura 


Coração Poético. Espaço que utilizado também para ministrar 


as Oficinas de Criação e como estúdio fotográfico.




2011 - Fixa Um Brinde à Poesia como evento mensal no 


Museu de Arte Contemporânea de Niterói, 


todo segundo sábado do mês, das 15 às 28 horas.

2012 - Lança CARMIM, o segundo livro na Sala Carlos Couto, 


Teatro Municipal de Niterói, 


em maio, pela Editora NitPress




2012 - Estreia com Um Brinde à Poesia, na Livraria do Café, 


no Shopping da Gávea, 


toda quarta  
quarta-feira do mês, das 19 às 21:30

Exposição Fotográfica:

Flashes & Folhas – Novembro de 1997, Ateliê Art Center, São Francisco Niterói. Plaza Shopping e Estação Livre Cantareira, Maio de 1998. Espaço Cultural La Folie, Botafogo, Agosto de 1999. Encontro pela Paz e Liberdade de Ser, Paraguai, novembro de 2000. Exposição multimídia, com projeção e performance poética, apresentando fotos de moradores de rua de várias cidades como Rio de Janeiro, Nova York, Niterói, Teresópolis, entre outros, contrastando belas paisagens naturais. Dia Mundial da Fotografia - Sociedade Fluminense de Fotografia – Coletiva, 2001. Um Olhar Sobre Niterói, fotos em homenagem aos 428 anos de Niterói. Sala José Cândido de Carvalho. Luzes do Som, SESC Niterói, maio de 2003. Fotos de shows de Moska, Biquíni Cavadão, Joana, Luciana Mello, Alceo Valença, Frejat, entre outros. Curando Desirré Monjardim, setembro de 2004, coletiva, Espaço Cultural MODA, Ingá, Niterói. COLETIVA – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, abril de 2006. Espírito das Ruas, fotos de Nova York, julho de 2006, Ateliê do Poeta, Itaipu, Niterói. Natal Feliz, coletiva, Barra Vento Center, Piratininga, dezembro de 2006/2007. Niterói Poética, Livraria EDUFF, Icaraí, Niterói, Novembro, de 2008. Um olhar sobre Niterói, FLUP – Casimiro de Abreu, maio de 2011.

Outra atividade da artista é desenvolver souvenir e brindes a partir das composições de foto e poesia. Entre eles: camisetas, canecas, imãs, chaveiros, pôsteres, quadros, postais, entre outros. Participou da criação de souvenir para o catálogo Souvenir Rio Niterói, lançado pelo SEBRAE/SENAC, em 2008.




Alexandre Pontes
Músico compositor, cantor

"Um músico jovem, nascido em Vila Velha, 
ES, que tem consolidado seu trabalho na velha escola da música:
A noite. Suas composições são carregadas de lirismo e suingue.
Compositor frenético, evolui a cada nova obra, 
banhando-se de influências não só musicais mas também literárias,
trafegando por MPB, Bossa Nova, Jazz e Blues. 
Dono de uma voz que expressa, não só o amor, mas a vontade de tê-lo!!!"



CELEBRANDO CENTENÁRIO



Vinicius de Moraes



Poeta essencialmente lírico, também conhecido como "poetinha", apelido que lhe teria atribuído Tom Jobimnotabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.







DEMÔNIOS E COLIBRIS
Este livro é brotação do poeta bruxo, alquimista, colecionador, inquieto, seresteiro, solidário, sangrado, assim, assim o retrato de Naldo Velho, através dos versos que escancarou a partir de 2005. Não há dúvida, ele é o poeta das topadas e tropeços e dos trancos e barrancos, do afeto. Pelo cantar triste e terno, é ele a “pessoa assemelhada a pássaro”, dessa forma deve esboçar o autorretrato.
Aqui, asas e asas, que o poeta libera demônios, sim, mas o passaredo: crianças, colibris, beija-flores, anjos, Deus e seus santos, a mãe, a mulher amada, o próprio poeta, e encontram ruas, janelas e almas. E se por dentro há versos rascantes, Naldo sabe do milagre do vinho branco na liturgia da sua palavra. Rosário de palavras: densas, estranhas, e as de dissipar tempestades, outras de curar feridas, aquelas que sorriem quando criam versos. Palavra da libertação! ele bendiz.
Sem-vergonha do ofício, o poeta se dói, e doa. De voo em voo. Naldo Velho sabe da beleza em movimento dessas asas que todo artista guarda e preza, inda lustra quando o tempo da entrega, pelas estações... Assim este livro marcado de natureza. Nele, se dá conta que outonos primaveras, ventos luas, vivem enraizados nas gentes, daí o Poema, poemas, recém-nascidos.
Após este voo intenso, nos versos de Naldo Velho transparece, talvez, um desejo de renascer. Em sua boca, outra brotação de Poesia feito ramo bem verde? E se há de ser assim, na próxima estação a gente se encontra de novo. O sinal pode estar no infinito de Homero Homem – “De terra e ar é feita a casa. Use seus pés. Conserve as asas.”

Beatriz Escórcio Chacon

escritora e poeta









Wanda Monteiro
Escritora e Poeta



PREFÁCIO

ASAS QUE TENHO POR DENTRO

É mais que um convite à leitura, é um convite à escuta. O escritor e poeta Naldo Velho escreve com primor e num contínuo e progressivo exercício semântico. Sua lavra cumpre o propósito da poesia, que é o de revelar novas significâncias aos entes e as coisas do mundo. O escritor escreve como quem fala e, em sua escrita, as palavras têm a fluidez de uma fala que chama o leitor para a escuta do texto. O poeta lavra a palavra de uma forma livre e libertadora. O seu texto, livre das amarras das rimas e despojado das convenções da forma, é arquitetado com o propósito de dar corpo e movimento às palavras. A dualidade presente em seu verbo veste as palavras de serenidade e inquietude. Naldo Velho sonha o real e realiza o irreal em convidativas construções semânticas que remetem o leitor a um mundo desvelado por sua poesia quando esta fala ao seu ouvido: “A palavra sobre a pedra fria mastigava a letra morta. A sombra que trazia lamentava a própria sorte: palavra tardia esta tal poesia”.
No ASAS QUE TENHO POR DENTRO, o autor sonha uma realidade e vive um sonho, um mundo ideal construído, liturgicamente, com a palavra. É um convite ao leitor, para ler, compreender e viver esse ideal de existir cuja possibilidade única é a escuta da liturgia da sua palavra poética. Assim o poeta convida: “Por isto cultivo palavras poemas, toda a vez que colho uma, parece que as coisas se ajeitam, fica mais fácil sobreviver.” 
Boa leitura e boa escuta!

Wanda Monteiro




Naldo Velho
Poeta, músico (compositor) e artista plástico, com três livros publicados:
 MANIA DE COLECIONADOR
 A DANÇA DO TEMPO
  ASAS QUE TENHO POR DENTRO.





Asas Que Tenho Por Dentro

Realidade é coisa sem graça, 
qualquer um pode viver,
mas só eu posso ousar 
o que o meu coração há de querer.
Por isso sou poeta, 
ando misturado às pessoas
e consigo viver aqui fora, 
sem me perder do que tenho lá dentro.

E lá dentro eu tenho asas 
de viajar pra bem longe,
de romper fronteiras estranhas,
de desafiar a dança do tempo,
de descobrir sementes de um rio, 
de seduzir poderosa Iara, 
de colher a flor mais bela em seu cio,
e de semear a luz que trago ,odara,

Lá dentro eu tenho o milagre,
de sobreviver às madrugadas insones,
de gerar o carinho que eu posso,
de reconstruir em meio a destroços,
de curar todas as minhas feridas,
e ainda por cima te ofertar o remédio
que há de suavizar teu coração.

Por isso sou feliz aqui fora,
pois consigo colher bem lá dentro
o alimento que te oferto agora.


Odara: palavra de origem HINDU 

Significado: PAZ - TRANQUILIDADE





*



Palavras Poemas



Eu tenho palavras pétalas
e com elas construo caminhos,
mas às vezes esbarro
em palavras espinhos
que ferem meu corpo
e eu sangro o sangue dos tolos.


Por isto cultivo palavras poemas,
toda a vez que colho uma,
parece que as coisas se ajeitam,
fica mais fácil sobreviver.


No Tronco Daquela Árvore


No troco daquela árvore
a lâmina indigente
deixa registrado
num coração trespassado,
o nome de uma mulher,
acompanhado da palavra dor.


No tronco daquela árvore,
sinais mais que evidentes
a retratar cicatrizes
e a falta de coragem,
de gritar aos quatro cantos
o nome de quem chorou.



Palavras de Anjo Em Prece



Todos os dias, manhã bem cedo,
um burburinho acontece...


No jardim da minha casa,
passarinhada reunida em prece,
pede a Deus pelo mundo.


Outro dia um bem-te-vi se achegou,
queria aprender a orar.


Agora voa, passarinho, voa!
Vai e mostra ao seu bando,
como fazem os daqui,
espalha pelo mundo a magia,
palavras de anjo, a poesia...


Que coisa mais linda os que sabem
palavras de anjo em prece!


Todos os dias manhã cedo,
até nos dias de chuva,
pois fiz um telheiro, um abrigo
para que juntos possamos orar.


*


As Coisas Que Penso Que Sei



Só os poetas sabem
adormecer pedra e despertar solidão,
materializar o abstrato e fantasiar objetos,
miscigenar sonhos e atravessar o concreto,
se conectar aos pássaros e preencher espaços,
construir pontes que resgatem o abraço,
destruir muralhas que aprisionam a ternura,
e derrubar templos que incitam a loucura.


Só os poetas sabem
lustrar significados esquecidos nos escombros,
encontrar detalhes no meio da imensidão,
conversar com as águas nos meandros de um rio,
espalhar sementes de palavras no cio,
extrair do orvalho a cura para o tédio
e da delicadeza o poderoso remédio
que irá suavizar nossos corações.


Eu que nem sou poeta,
apenas, deixo aqui meu testemunho
sobre as coisas que penso que sei.





Mônica Montone
Psicóloga, atriz, cantora, poeta e dramaturga



Artista campineira radicada no Rio de Janeiro, Mônica Montone é autora do livro “Mulher de Minutos”; Íbis Libris, 2003, e participou das antologias “ República dos poetas; Museu da República, 2005” e Antologia Poética Ponte de Versos ; Íbis Libris, 2004 , “Seleta de Natal, poemas; organizada por Mauro Salles, 2006, Poesia Sempre, Fundação Biblioteca Nacional, 2007; Poesia do Brasil; Grafite, 2007, "Amar, verbo atemporal"; Rocco, 2012, além disso, mantém na Internet um dos blogs exclusivamente de literatura mais bem visitados da rede, o Fina Flor, que já ultrapassou a marca de 700.000 acessos. 

http://www.finaflormonicamontone.com/

A irreverente escritora que não tem medo de dizer o que pensa e teve seu livro de estréia elogiado pelo ex presidente da ABL Ivan Junqueira, Affonso Romando de Sant´Anna, Marco Luchesi e tantos outros escritores flertou com o teatro no primeiro semestre de 2009 como atriz de destaque do grupo Fúria, na peça Apocalipse segundo Domingos Oliveira, de Domingos Oliveira, nos melhores teatros do Rio de Janeiro.


Como cantora estreou no ano de 2008, revelando parte de seu repertório no show Sol na boca, de Claufe Rodrigues e Mano Melo, numa temporada que se estendeu por três meses no Canequinho Café. Na seqüência, ficou mais três meses em cartaz no mesmo local, interpretando, com o inconfundível timbre de sua voz aveludada, canções de todos os tempos no Cabaré Filosófico de Domingos Oliveira.
No disco Mônica Montone, ela se lança agora como letrista de sensibilidade, com um repertório autoral de grande impacto. 

Produziu e apresentou ao lado de Claufe Rodrigues, o projeto Poesia no SESI o programa Palavrão ( primeiro programa de poesia da TV brasileira; Canal Brasil). 



Atualmente produz e apresenta o evento Sarauê na Biblioteca Nacional e encena a sua primeira peça como dramaturga Sexo, Champanhe e tchau em janeiro de 2013 no SESC Casa da Gávea. 


Inquieta, Mônica está sempre em busca de novos desafios e prova a cada dia que é, mesmo, uma artista do seu tempo, como bem a definiu o jornal O Globo (Megazzine 2003).

http://www.monicamontone.com/2009/11/primeiro-ela-criticou-o-habito-de-sua.html

Estreou recentemente a peça teatral "Sexo, Champanhe e Tchau",
de sua autoria, no SESC Casa da Gávea, lançado também em livro.






SEXO, CHAMPANHE E TCHAU
Local: SESC Casa da Gávea
Data: 11 de janeiro a 24 de fevereiro
Horário: Sextas e sábados, às 21 h. Domingos, às 20 h.
Endereço: Praça Santos Dummont, 116, Gávea
Telefone:  (21) 2239-3511
Ingresso: R$ 40 (estudantes e associados pagam meia)

http://www.sexochampanheetchau.blogspot.com.br/

Entrevista com Mônica Montone -  Sexo, Champanhe e Tchau


http://www.casadagavea.org.br/





Mulher de Minutos

Não sou mulher de minutos
Daquelas que os segundos varrem para debaixo do tapete sujo
Não pinto os cabelos de fogo
Nem faço tatuagem no umbigo
Me recuso a usar corpetes e cinta-liga

Há sementes em meu ventre
São poemas que ainda não reguei
Prefiro guardá-los em silêncio
Até que o tempo amadureça meus minutos
E a vida me contemple com seus frutos

Não borro meus cílios com a solidão da noite
Nem pinto meu rosto com a palidez das manhãs
Meu corpo é feito de marés
Onde navegam mil anseios
Veleiros sem direção
Estou sempre na contramão

*

Te Amo de Amor

Te amo de amor

A qualquer hora
O dia inteiro
Do jeito que for

Te amo simplesmente
Sem mistério, vícios ou pudor

Amo o amarelo dos seus olhos 
Sol poente em plena madrugada
Suas melodias
Suas trilhas

Amo sem precisar ser amada em retribuição
Sem hora marcada
Sem demora

Amo na cama e no chão
No meio da rua e na calçada
Debaixo de chuva
Sóbria ou embriagada

Te amo de amor
E não há nada que você possa fazer
Nem contra ou a favor

*

Vozes do Mundo

Escuto as vozes do mundo

Soprando versos em meus ouvidos
O canto das marés
A filosofia dos mendigos

Elas tocam e confundem
São estranhamente conhecidas
Embora eu não as reconheça como minhas

Revelam segredos
Abrem caminhos
Pedem passagem

Falam de São Jorge e seu amor pela lua
Da lâmina cravada na carne
Do primeiro beijo
Da chuva

Falam de mim
De nós, de vós
Silenciam somente para o sol nascer
Depois do gozo
Durante o sonho e o ronco

São como vaga-lumes 
Estrelas cadentes
Candelabros na escuridão

Escuto as vozes do mundo
Sempre que abro um livro
De algum poeta vagabundo




Nina Flor Adlin

 atriz por ofício e amor.

Poesia é toda a vida de todo mundo. 

Ela vai lá e diz tudo o que precisa vomitar no papel. 
Quando viu, era poeta!

*

O tempo que emprega em mim a tolice

Vai me trazendo de "presente"

todo o mal de ser humana.

Esqueço por inúmeras vezes

que o "essencial é invisível aos olhos"

Me trás a presunção do amadurecimento

E o óbvio de anos atrás

vai se transformando em dificuldade

Vou desaprendendo

desamando, sofrendo por bobagens

e sendo pela primeira vez infantil.

O tempo que mostra as dores

nunca as cura

Só nos engana e esquecemos

Mas não. Elas ali sempre permanecem

se acumulam, e se mostram

Principalmente quando não podemos

Ele vai transformando a gente

quando observei

já era outra

Tirana de mim.

O tempo, é um senhor

que sabe bem o que faz

mas nesse mundo cheio de maldade

ele se adaptou como camaleão

Soberano, prepotente!

Nos arrasta com a força

que só ele tem.

Mas o tempo, tem outro lado

que só vê quem enxerga

caminha contra corrente

e não tem medo de queda livre

Os que se escolhem

se defendem, se assumem.

Esses sabem que o tempo

"é um senhor tão bonito"


*


A menina da sandália amarela.

Sentada na escada do anfiteatro

Lá estava ela

A menina da sandália amarela

Observando cada gesto do mundo torto

Sorria pro nada guardando suas dores

Era uma menina tão pequena

que não cabia em si

Se sentia sempre faltando

Sobrava amor, curiosidade

alegrias, angustias e descobertas...

Faltavam amigos.

Mas isso ela guardava pra si

Não queria chatear seus colegas

Que tanto implicavam

com sua sandália amarela

Nunca foi beijada

Gostava mesmo era de girar e girar

Era sempre a esquisita

Muito amada, imitada

Mas nada compreendida

Fazia seus próprios cadernos extras

Só pra ficar juntando palavras

Questionava tudo

E não sabia de nada

Mesmo que enxergasse o mundo

Gostava de ser calada

Sempre achou versos no meio do nada.

Embora fosse estranha a menina

Era ela quem liderava

Se via diferente

Mas isso não a incomodava

Sua sandália amarela

Era bonita e um poço de conforto

Qualquer comentário maldoso

Era sempre uma bobagem

No futuro descobriu

que qualquer coisa incomoda

os que precisam de sentimentos

E que sua sandália amarela

Era só um pretexto

Para se aproximarem dela

Que sempre foi tão fechada

Por que sim. Era esquisita

Mas era dona de um imenso coração

E sentimentos?

Isso pra ela, não faltava não!

*
Do lado de lá faz frio

Do lado de lá é escuro

Do lado de lá há dor

Do lado de lá não tem ninguém

E do lado de cá... Também.

Mas vá, é só um espelho

me deixe com meu vazio

de banana solitária...

Me deixe ir mergulhar

onde minhas palavras

se vão com o mar...

E ninguém entende o infinito...
Compreende que

quando te afasto de mim

É por que

não sei como te pedir pra ficar?

Talvez eu seja Rio

Mas não esse rio que é todo mar

a minha infinitude

é no encontro do meu eu rio

com o meu Rio mar...

Agora espere!

Não me abandone de vez

Eu preciso de você aqui

Me dói ser sozinha

e ainda por cima

não ter ninguém

pra dividir o meu vazio

Sei que você não merece o meu amor

só que eu não mereço

que ele fique todo pra mim.

*
De passagem

Chego rápido

e estou

Sou intensa

cometa

que passa

mais fica

Não gosto

mas sou

Nada posso fazer

Quando vi

fui...








Dan Magalhães Nissan Cohen

nome artístico

Don Dan Juan Nissan Cohen
ator, músico, poeta,

Formado, faz aula no Tablado, com o professor Ricardo Kosovski
 e Fernando Melvin. Atua na companhia de artes Cinderela Doidona,
se apresenta e frequenta vários saraus de poesia no Rio de Janeiro :
Corujão da Poesia,Pelada Poética,ratos di versos, Um Brinde à Poesia, 
Ponte de versos,Dizer poesia-uma noite encantada,
Identidade Cultural e Movimento Culturista, entre outros, como
shows, eventos de poesia e música.
É percussionista e toca no Monobloco, o maior bloco do Rio  
e  participa do bloco Desliga da Justiça.
Toca em vários blocos no carnaval carioca- 
somando 12 blocos - 
digamos que ele é o maior "fominha" do carnaval carioca
Prepara o projeto que será lançado em peça,
livro e intitula o blog diário
"o poeta que tem alma de poeta"
absurdamente poético
absurdamente falando.



Não Tente

não tente me domar
não tente me montar
não tente me acalmar com tranquilizantes
não tente me domesticar
sou apenas um ser que quer ser independente
e quero quero do querer de ser livre
não tente me fazer um cachorrinho domável
pois não sou fraco
sou forte
sou apenas
um animal selvagem!!!

*

Eu Sou A Própria Poesia

esqueço a dor e vou poetar a vida
vou sarando a minha dor
e a tristeza, vou deixando pra trás
entre as dobras do lençol
na penumbra da tarde
o jovem imagina,
as letras que irão compor
o seu novo poema
a vida é uma poesia
só basta acreditar
que ela acontece
a vida é um mundo
e a vida é u mundo que dá voltas...
e a poesia é o mundo a descobrir
poesia não se explica
se sente
e eu sinto a poesia no meu sangue
no meu corpo
na minha alma!!!
eu não sou o poeta que tem alma de poeta
eu sou a própria poesia !!!
livre liberdade
independência
e quero voar
e espantar espancar a morte!!!
a poesia é livre
a poesia poeta poetando a liberdade com seus raios que me atingem a minha alma
criando um novo ser em minha pessoa
que hoje eu posso dizer que
eu sou poeta!!





Vou Falar Uma Coisa


Vou falar uma coisa


depois que descobri a poesia
e consequentemente   a poesia me descobriu

e que o saraus me sararam

poesia, sua linda


                             maravilhosa


vou-lhe usá-la 
e amá-la

e quero quero chupá-la

até o caroço

escrevê-la
toda todinha
só pra brincar com você

quero  brincar de ser poeta
só pra ver  a poesia gemer
gozar

essa poha    que é tão boa

vou gozar
até você                                                              gritar


e você libertar a sua libido 

essa   poha que se acalenta em meu ser que faz das nossas vidas 

uma fodha  com letras,  quid futuo est hoc?

essa  coisa                                           absurda 
                                                                    absurdamente        catilenosus poesis                                                                                   falando   absurdamente                                                     poético!!!!

se chama


poesia!!!!

absurdaaaaaaaaaaaaaaaamente
poético


*


Peça



eu sou uma peça

mas não peça


eu sou uma peça :


peça louca



só não peça:  tristeza

só não peça: tragédia


 sou uma peça :    absurda

sou  a própria peça

preciosa


peça   a peça  poesia absurda 

peça   vida

que eu te dou sangue


peça amor

que te dou paixão


peça   a peça da divina comédia da nossa  história

peça 
peça 

pé-ça 

pressa
des
peça
e
eu me
despeço
da
tragédia
e
eu peço
a
comédia
das
mil
maravilhas
peça
Que
se encaixa

*


Grito

eu não preciso gritar em voz alta
eu faço poesia e é o grito para a minha liberdade!!



*


                            Um Brinde à Poesia Loucura




sou louco.....

sou   bobo

sou  soul 
sou bobo  da corte

um brinde a loucura

um brinde aos loucos da babilônia chamada prazer de viver   bem mais  

um brinde a poesia absurda

um brinde a poesia !


sou vida
sou amor

sou tudo que há

sou dor
sou  alegria

sou tristeza 
sou ator!



poeta poetando a vida

a minha vida da minha maneira

escarrando essa minha loucura!!


na verdade eu não sei  quem eu sou!

sou só  um  livro aberto

que quer ser lido  
e sou apenas um ser  
absurdamente poético!!