Um Brinde à Poesia

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domingo, 27 de julho de 2014

Um Brinde à Poesia Niterói 6 no Solar do Jambeiro

















Ao sabor das marés
28 de abril de 2012 às 2h27min


Nunca atentei às marés para poder pescar, nem dei a elas a importância devida. E não é que um dia você tem que pensar, que no seu ir e vir lá está nossa vida... Se você faz direito a alta te afoga, mas se você não faz a baixa te cobra. O segredo é aprender como é que se joga, pois se não fizer isso você... so- bra! Há altos e baixos, concordância ou não, da alegria à tristeza, muitos mal-entendidos, do riso ao pranto muita incom- preensão, há dores intensas de deixar desvalidos... Curioso na história é que a culpa é da lua! Endeusada por todos, de Marias a Josés, seja cheia, minguante, nova ou crescente se cultua! E assim nós ficamos ao sabor das marés... 




Treze mortos
Doze anjos... Um demônio?
Cadê você, Deus?...
É preciso uma desgraça dessa com crianças, filhos seus?...
Estupidez, loucura, desgraçado doente neurônio...
Choram pais, choram mães...
Vidas amputadas, tristes dias
Choramos todos, até os cães!
Quartos quietos, camas vazias...
Por quê?... Religião explica?
A pai, a mãe só a dor fica!
Intervenha, ó Pai! Faça parar!
Como assim se o vai amar?...
As armas acabar, exterminar!
As crianças proteger, salvar!
A si, Deus, repreender!...
Por seu papel não cumprir... Seu dever! Seu dever!...
É desse jeito que nos querem nos templos?
Tirando o bem mais valioso da mãe, do pai...
Cravando em todos violentos sinais dos tempos?
Inverta: aos seus filhos acima de tudo AMA!
Para quem não entender, dane-se!
É sim tristeza, é sim revolta!
Não pode, Deus, de todos Deus que se engane!
É hora, é tempo a todos nós, Deus, filhos seus, de dar a volta!


Minha Bandeira

Oh, Bandeira auriverde! Minha Bandeira... Como tens sido 
rasgada!
Onde está a tua Independência?
Porque a Morte grassa danada,
Em teu pobre povo... sem Educação, sem Saúde, sem autos-
suficiência!
Onde estão os bravos homens, que deveriam defendê-la?
Espalhando seus podres sêmenes
Na Brasília prostituída, sem ninguém para protegê-la?
Fingindo cumprir seus papéis, e nutrindo seus diabólicos 
gérmenes...
Bandeira, minha Bandeira... Quanta tristeza!
Hoje não é dia de festa, de beleza.
Do nosso povo pensante, se exige reflexão...
Cantemos o nosso hino com a mão espalmada no peito, 
sentindo o pingar das lágrimas vindas do coração...
Não! Tuas cores não vão mudar,
Os imbecis que estão a mandar!
Teu povo gritará tão forte, até o gigante acordar!
E assim as gralhas irão um novo rumo tomar... 
E esta terra será tua de novo,
Oh, Bandeira! Será tua e do teu povo!
Far-se-á um novo caminho, livre de rapinas e idiotas...
Um novo rumo há de ser traçado por verdadeiros patriotas!



Saudade da realidade...
O ser humano é um mistério sem fim, é verdade...
Uma hora é inundado por sonhos, 
Logo, logo quer a normalidade...
Meu Deus, por favor, o que somos?
Se sonhar é prazeroso, não dá pra querer retornar,
Mesmo sendo passageiro, ameniza o que angustia...
E como é que queremos voltar,
Ao difícil dia a dia?...
Mas não é inacreditável?
O que é real é o que vicia,
É tudo aquilo palpável
É a dor, é a alegria...
Assim somos nós, mortais,
Indecifrável humanidade...
Em terras injustas, letais,
Sentir disso tudo saudade...


Helena

Minha neta, ainda não chegaste, 
Falta só mais um pouquinho.
Divirto-me sem desgaste
Com os chutes desse teu pezinho.
Terás, querida, um lindo nome,
Trarás com certeza mais luz.
Nesse amor que a todos consome,
Serás o clarão que seduz.
És fruto de meu rebento,
Daquela, o fiel da balança.
Que Deus te traga em alento,
A mim que sou a ponta da lança.
Tens sorte, minha pequena,
Por teus pais, teus mentores.
Desfruta, adorada Helena,
De todos esses amores.
Esperamos com ansiedade,
Que tu saias dessa banheira.
Dá fim na angústia, é verdade!
Dessa nossa família inteira.
E assim minha luz, minha chama,
Nasce na paz do Senhor.
Terás de quem te ama
O mais incondicional amor...




Pedro Henrique

Quando surgiste, sem nome,
Provocaste uma indecisão.
Assim como quando há fome,
Desespero no coração.
Mas o que é que não se resolve?
Ainda mais de criança minha...
Enquanto o medo se dissolve,
Tu cresces e te aninhas.
Com o tempo já voando,
Nos peitos maternais,
Meu neto, já estou te amando,
Como não houvera jamais!
E assim, como foi com o pai,
Mostraste ser bem-apressado.
Rompeste a bolsa, ai, ai!
Fizeste a todos correr, mas vieste bem-sarado!
Cresceste cercado de amor,
Mas também de algumas disputas.
Aos oito já tens clamor,
Em tudo que tu desfrutas.
E assim, netinho adorado,
Não te esqueças do vovô não.
Eu sei que a vovó vem na frente,
Mas te amo de paixão!



Quando eu...

Quando eu chego, todas as manhãs, lá está ela... bela!
É calma, azul, cristalina. E eu louco para atirar-me em seus 
braços.
Ser envolvido, tragado... sim... estou apaixonado por ela!
Essa constatação não foi súbita; há muito embaracei-me em 
seus laços.
Amo-a desde criança mas não sabia despertar o seu prazer.
Desconhecia os seus perigos; sua beleza mágica!
Aos poucos fui descobrindo... sabendo como fazer...
Aprendi a não ter medo. Respeitei-a sem torná-la trágica.
Um dia rompemos. O amor (imenso!) não havia acabado;
Outras coisas nos separaram. Coisas da terra, coisas da vida.
Descuidei-me... Tentei voltar de qualquer jeito! Fui castigado!...
Ela tornou-se forte, brava, violenta! Parecia sentir-se traída.
Tive que esperar; pensar; dar um tempo...
Preparei-me para a volta. Lutando, suando!
Senti que ela ainda me queria e então vivi cada momento!
Esperando, esperando, esperando...
Enfim, quando nos reencontramos, percebi o que é mister:
Lidar com um ser tão grandioso não é uma bravata.
É preciso calma, força e amá-lo como a uma mulher...
Senão, como todas as fêmeas, a água grita, geme, esperneia 
e nos mata!





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