Um Brinde à Poesia
Movimento pela paz e liberdade de ser
Todo mês artistas se reúnem, compartilham sentimentos, afeto
e arte.
O Movimento tem como principais objetivos divulgar a obra de
artistas
consagrados na literatura e na música – letrista, despertando cada vez
mais o interesse
pelos livros e letras de conteúdo, além de promover lançamento
de livros ou cds, sem
custo algum para o artista. A cada edição proporciona espaço
para novos autores e
compositores, estimulando e encorajando aqueles que nunca
se apresentaram num sarau
ou mesmo falaram num microfone em público.
Coordenação e apresentação: Lucília Dowslley
Celebrando o Dia do Amigo
Manifesto Poesia - Vamos protestar com versos apoiando as
manifestações nas ruas e a transformação da triste realidade que oprime e
esmaga o povo brasileiro. Este mês o microfone está aberto. Manifeste-se a
favor de um país de igualdade, justiça, paz e liberdade de ser.
Homenagem: Poetas do Rock
Participação Musical:
Marlus Netto
Lançamento do Livro "Olho Nu" do poeta David Cohen
Poetisa convidada: Marcia Mendes
Literatura de Cordel: Edmilson Santini
Momento Diverso: Participe com um poema ou uma música
(microfone aberto)
(inscreva-se nesta página:
https://www.facebook.com/events/291389744331274/
Entrada: Um quilo de alimento não perecível para Abrigo
Adonai
Produção Geral: Lucília Dowslley
Contato: 85408285 (OI)
POEIRA NA ESTRADA - 12.06.2012
É a morte em vida adeus sem som aceno olhar
que me fere e eu ainda faria amor mais uma vez
a última vez sem hesitar até extasiar
É esta instabilidade a sensação de mãos atadas
a impotência no controle na transformação
dos acontecimentos que nos envolvem...
Não, ninguém possui nada, pura ilusão
Sei, não sou o único a sentir assim
apenas mais um na multidão e então
quando me dissolvo a cada eco de eus sorrindo olhar
nitidamente percebo
mais uma trilha a me aventurar
Sigo só, eu e minha moto
sou o sol rasgando a estrada entre montanhas
longe ainda olho para trás
saudade de você em mim
parece que isso não tem distancia
muito menos um fim
As asas partidas sangram mapeiam o que fui
alguma parte em seu peito ficou grudada
versos libertos voo dos corpos amantes
solto e frívolo na sua voz eu te amo fragilizou-se
numa brincadeira comum dizer sem sentir
sabia eu ser o seu gosto seu gozo mentir
Não importa, quem sabe, apenas se você...
deixa pra lá, sigo só, eu e minha moto
achei ser o sol, mas não, eu sou apenas
um de seus raios poesia
veloz por tempo e espaço
explodindo poeira na estrada.
Saudades
Saudades?
Muitas.. Todas..
Sempre suas.
Muitas.. Todas..
Sempre suas.
Dos poucos momentos,
a espera..
Que são raros e únicos quando a sós ficamos.
Que são raros e únicos quando a sós ficamos.
Mesmo frente à demora
em que vamos..
Guardo no peito e na alma, o seu gosto..
Guardo no peito e na alma, o seu gosto..
O seu cheiro que
aflora..
Só por lembrar da hora.. Em que vou te ver de novo.
Só por lembrar da hora.. Em que vou te ver de novo.
Voo de Passarinho
Primeiro, sugeriu o caminho..
De amor, extremo tangível carinho..
Do calor, da doce saudade..
O esperar pela tarde, ou até a eternidade, quando podia te ter.
Logo, ofereci minha alma..
A minha verdade não calma..
A minha vontade tão nua..
Como um voo de passarinho.
Depois, ensinastes o medo..
Despiu minha arte indefesa..
Tocou meu corpo em maldade..
Sem saber que era segredo.
Assim, proponho a ternura..
Mesmo sangrando o peito..
Pois sei que me é de direito..
Sofrer o amor em loucura.
Rogo que venham-me as lágrimas..
Peço que sejas feliz..
Mas buscarei incansavelmente, interminavelmente..
O meu "hoje e sempre", que sempre quis.
O esperar pela tarde, ou até a eternidade, quando podia te ter.
Logo, ofereci minha alma..
A minha verdade não calma..
A minha vontade tão nua..
Como um voo de passarinho.
Depois, ensinastes o medo..
Despiu minha arte indefesa..
Tocou meu corpo em maldade..
Sem saber que era segredo.
Assim, proponho a ternura..
Mesmo sangrando o peito..
Pois sei que me é de direito..
Sofrer o amor em loucura.
Rogo que venham-me as lágrimas..
Peço que sejas feliz..
Mas buscarei incansavelmente, interminavelmente..
O meu "hoje e sempre", que sempre quis.
VIVER É SENTIR
Se
quando eu te olho.. eu te vejo.. eu te sinto..
Cabelos, seus olhos e cor.
Os seus lábios rosados? desejo.. Não minto..
Viver é sentir o sumo do amor.
Cabelos, seus olhos e cor.
Os seus lábios rosados? desejo.. Não minto..
Viver é sentir o sumo do amor.
Mas
a ti?
À
quem?
À
que?
Porque
devo sentir?
Por
mim, o mundo eu quero saltar.
O que devo pedir?
Por que devo falar?
O que devo pedir?
Por que devo falar?
Seduziu..
Brincou.. Chorou.. Amou..
Traiu.
Traiu.
Disso
tudo eu sinto.. f l o r es!!
Eu
quero dois ou mais amores..
E contigo eu fico mudo.. no meu mundo de temores.
E contigo eu fico mudo.. no meu mundo de temores.
Pois
eu vivo... Eu penso..
EU SOU SENTIR.
POESIA A OLHO NU
A poesia de David Cohen não tem salto alto, pode ler que não machuca
o pé. Ele nos abre o seu inventário de perdas. Tira versos de
corredores, portas abertas de geladeiras e sintecos envelhecidos, tudo
é passível e plausível à sua lira, nada escapa à sua percepção. A
matéria prima são as vozes vindas de dentro: fragmentos de lembranças
de avós. Namoradas que perderam a paciência. Meninas e meninos amigos de infância. Baliza de futebol feita com sandálias, numa rua que mudou de nome e talvez nem exista mais. Vedada qualquer chance de recorrer às nostalgias, passar certidão de estar certo em todas as incertezas. David Cohen é poeta em contato com o chão, plantado num aqui e agora que é também passado e futuro. O menino antigo hoje brinca com as palavras, faz da poesia a sua casa de árvore, seu refúgio. Escreve com extrema leveza e simplicidade , hábil em ordenhar o leite das próprias
sensações. São versos despidos de aparatos, rococós ou rebuscamentos. Poesia nua a olho nu.
A poesia de David Cohen não tem salto alto, pode ler que não machuca
o pé. Ele nos abre o seu inventário de perdas. Tira versos de
corredores, portas abertas de geladeiras e sintecos envelhecidos, tudo
é passível e plausível à sua lira, nada escapa à sua percepção. A
matéria prima são as vozes vindas de dentro: fragmentos de lembranças
de avós. Namoradas que perderam a paciência. Meninas e meninos amigos de infância. Baliza de futebol feita com sandálias, numa rua que mudou de nome e talvez nem exista mais. Vedada qualquer chance de recorrer às nostalgias, passar certidão de estar certo em todas as incertezas. David Cohen é poeta em contato com o chão, plantado num aqui e agora que é também passado e futuro. O menino antigo hoje brinca com as palavras, faz da poesia a sua casa de árvore, seu refúgio. Escreve com extrema leveza e simplicidade , hábil em ordenhar o leite das próprias
sensações. São versos despidos de aparatos, rococós ou rebuscamentos. Poesia nua a olho nu.
VONTADE
Quero amordaçar teus olhos
Engarrafar teu gênio
Petrificar teu riso
Como se fosse preciso
Emoldurar teu ontem
Para pendurar na minha sala.
Quero defenestrá-la
Da minha boca sem palavras
E amputar teu medo
Como se fosse parte
Da arte que desenhamos
Na parede da nossa casa.
Quero ser cova rasa
Para engolir teu corpo
Antes que me vire a cara.
A CASA DELA
Na casa em que ela mora
É preciso tirar os sapatos
Revelar as cicatrizes
E colocar a língua para fora.
Não se pode fazer barulho
Os dentes são abotoados
E o sorriso se pendura atrás da porta.
Na casa em que ela mora
Só se aceitam passos medidos
Os espelhos são pela metade
E as janelas são porta-retratos.
Os personagens se sentam à mesa
Os livros despencam suicidas
E os tapetes repousam em gaiolas.
Na casa em que ela mora
Eu nunca passei do batente.
SOZINHO
Sozinho
Eu sou imenso
Imerso
Eu sobro de mim
E me farto
Eu sou abstinência
De razão
Sozinho
Eu sou sem motivo
Sou vago, impreciso
Eu sou superfície
Intangível
Sozinho
Eu sou anti-horário
Negativo
Silenciosamente perecível
Sozinho
Eu sou árido
Indizível
Sou a pausa do plausível
Inverossímil
Sozinho
Eu sou ausência
Sou o vácuo, a vacância
A inconstante continência
Do possível
Sozinho
Eu sou o intervalo
Entre a poça, o rio
E o vazio
Sozinho
Eu simplesmente não sou.
OBRIGADO
Obrigado por cortar meus pulsos
Rasgar meus documentos
E me colocar para fora de casa.
Foi um prazer.
Obrigado por trocar meu nome
Arrombar o meu armário
E levantar toda poeira.
Sou grato por cada silêncio pungente
Cada retrato não feito
Por cada lembrança esquecida.
Foi preciso.
Obrigado por esvaziar os corredores
Obrigado por deixar a luz acesa
Obrigado por perder meus comprimidos.
Obrigado por nunca ter cruzado comigo
Dentro de nós dois.
EPIFANIA
Sol da manhã
Passarada parada
Barulho de urbanidade
Uma orquestra de bocejos
A espreguiçadeira sonolenta
E a lenta expressão do pernoite
Acordo
Sou digerido pelo despertador
Tento lembrar do último sonho
Mas a realidade freme, frenética...
O bule dá baforadas oníricas
A mesa posta desde o jantar
Conserva seu jeito de eterno ontem
Tenho os olhos no teto
Meu rosto banha todo o quarto
Estático, estético
Faço menção de um movimento
E solidamente permaneço...
Sol de manhã
No batente do homem e da janela
A claridade se dissolve
O dia avança espasmódico
Um rapaz caminha na passarela
Desenhando em seus passos de hipérbole
A parábola da vida.
[
MENINO-SENHOR
Teu corpo irresistível,
Sempre me surpreende.
Trazes o amor denso,
Às vezes, tenso,
Contudo, é sempre o amor,
Que tu me trazes.
E me ensinas que
Amar é também calar-se
Pois que do amor
Importa menos a letra,
Que o ato.
De mim, despregastes sentimentos,
Aglutinastes emoções,
Empilhastes gozos...
Sem medo e sem perceber
Estou te amando, com certeza.
Chamas-me deusa,
Dizes-me bela,
Trazes-me a orquídea rara,
Entrelaças minhas mãos nas tuas,
Convida-me a parar e ver,
O pôr do sol da tua janela,
A estrela mais brilhante,
E o reflexo da Lua no mar.
Eu menino-senhor,
Vejo na prata dos teus cabelos,
O meu amor que por ti é tanto,
Que nem a mim
Conto este segredo.
SONHEI-TE
Sonhei-te assim:
Andarilho das estrelas,
Catador de letras,
Amante voraz,
Expectativa e segredo.
Enquanto a noite brusca se prepara,
Embarco em meus sentidos
E aos sons do teu desejo,
Explícito e insistente,
Pressinto a flor do deserto.
Não há lucidez, sinto,
O signo é de encantamento e magia.
Inundado de anseios,
Tu me percorres
Com a delicadeza exata
Das águas do rio margeando pedras;
Com a destreza dos raios de sol aquecendo a flor;
Com a beleza da estrela cadente diamantando o céu.
Até que, no momento preciso da lua, tu semeias a terra úmida de amor.
Enredada como inseto
Em planta carnívora
Não escapo.
Nem tento,
Não quero.
Entrego-me ao abismo da paixão
Como quem toma o mel
Pela primeira vez.
Narcotizada por teu aroma,
Faço-me prisioneira de tua teia.
E, em absoluta mudez, profetizo:
Serei a terra do teu sentimento
Engolirei teu amor,
Gota a gota,
Mansamente,
Até estancar-me o sangue
E cessar a dor.
MEUS ECOS
Apaixonada.
Ré confessa e juíza.
Contudo não me culpo,
Nesse enredo carrego bandeira.
Gosto do palco mudo dos corações,
Das cortinas do desejo intenso,
Das pistas da tua pele,
Dos ecos dos teus beijos.
O amor me perpetua,
Me imobiliza, me vence.
Nem o olhar duro
Que a ele de início faço,
Tão falso que me engana o peito,
Ao olho não convence!
Cai derrotado,
Faz-se lânguido, vencido.
No corpo,
Linguagem de sedução,
Desejo e poder.
Ao amor entrego o olho, o corpo,
O peito, a alma,
Irremediavelmente enredada,
Sem disfarces...
Esse estranho hábito
Não tem cura.
Indícios dos meus ecos,
Sonho, mistério e magia.
LAGO DO DESEJO
Distancio-me.
Coloco meu olhar no teu.
Com a sensação de ver-te,
(Com meus olhos)
Vejo-me
(Em teus olhos)
E amo-te, comovida,
Mesmo que morta.
Como aquelas folhas
Caídas naquele outono
Vivo em nossas memórias.
Quando o amor é sonho,
Sonhamos confundidos.
Foi para ti,
Que à moda antiga,
Me despi de roupas e malhas,
De corpo e de alma,
De nomes e títulos.
E me falaste frases poucas,
Loucas e santas...
E me tomastes em teus braços,
Eu, imerecida e meu cansaço,
Logo, voluntariamente, abandonado.
Era assim lago do desejo,
Até a morte do dia.
Quando a paisagem mostrava
A revoada dos pássaros,
No céu avermelhado.
E o sonho-encantamento
Risonho, sentido, gozado,
Mantinha-se na noite
Como a lua no céu,
Serena e muda,
Consciente da ilusão
De amar-te.
QUERERES
Quero um punhado de vida,
Um dilema alado de ternura,
Uma porção que me acorde,
Um quinhão que eu molde.
Quero sopro de mares distantes,
Sorrisos que rendam meu rosto,
Aromas que aqueçam minh'alma,
Gorjeios ardidos de amor.
Quero ventre prenhe de desejos,
Cactos sem espinhos,
Ventos que sussurrem encantos
Água de nascente que me mate a dor.
Prometo!
E para que deus me atenda,
Perfumo as águas para que Iemanjá me ouça,
Danço entre árvores para a deusa das florestas,
Convoco legião de anjos que aspirem meus quereres.
E eu, abrigada em versos deslizantes
Deito-me sobre as palavras,
Travesseiro incerto de ilusões.
Respiro as frescas manhãs outonais
E vôo no tempo que me enrodilha o canto.
REZO TE AMANDO
A andorinha do verão
Empoleirada no ar da paixão.
Voa evocando sonhos,
Segura...
Pousa na varanda
Onde dedilho beijo por beijo,
Os tantos que me dera.
As orquídeas lilases,
O sopro do vento,
A voz do mar,
E o suspiro das nuvens,
Me põem em teus braços.
Sondo a vida contigo.
Com medo de perdê-lo,
Lacro meu envelope.
E antes que seja tarde,
Ponho minha mão dentro da tua.
Rezo te amando.
************
Acreditem, eu nasci
há dez mil anos atrás.
Acreditem, eu previ
o romance de GUERRA E PAZ.
Eu vi Deus, na Galiléia,
fazer Jesus padecer
na cruz, pra toda plateia
do mundo inteiro saber
que não era má ideia
salvar o mundo ao morrer.
Acreditem, vi Maria
Bonita, vi Lampião,
fazendo coro à cantoria
da cultura, no Sertão.
No fim da linha, Corisco,
eu vi cruzar a fronteira;
Seu olha: trovão arisco.
Vi Dadá, mulher guerreira,
com um facão fazer um risco,
cantando Mulher Rendeira.
Eu vi Dom sebastião,
era Mendes Maciel,
Conselheiro em procissão,
benzendo o povo fiel...
Fechando o corpo pra guerra,
em defesa de uma Terra
onde jorra leite e mel.
Acreditem, vi Domingos...
Vi Domingos Calabar,
num elogio à traição,
vendo o Brasil começar.
No princípio eu vi também
o machismo divinal
fazer a maça do Bem
virar símbolo do Mal.
E Deus, perdendo o juízo,
condenar o paraíso
ao sem-juízo-final.
Seduzindo Terra e Céus,
vi princesa Salomé
cobrir com seus Seta Véus
a careca de Tomé,
homem descrente que só.
Fez uma expressão de: - Ó!
depois de tomar um rabo
de galo e ver o Diabo
dentro do Livro de Jó.
Acreditem, numa esquina,
vi puxar versos há pouco,
na Cidade de Campina
Grande, as Ceguinha do Coco.
Cego Aderaldo eu ouvi
pelejar com Zé Limeira;
assombrando o mundo eu vi
Inácio da Catingueira,
negro escravo incomum.
Como os três vi mais nenhum
cantador cantar tão bem.
Num refrão, dizendo: - Amém!
vi Zé Pretim do Tucum.
Dada a minha natureza
de cego itinerante,
eu já me vi bem diante
do Profeta Gentileza:
Santo-Maluco-Beleza,
andarilho visionário.
Num círculo imaginário,
criando asa ao seu lado,
eu vi outro iluminado:
Anjo-Bispo-do-Rosário.
Tudo que eu tenho dito
que vi, eu vi, não invento;
dito isso, acredito
até em Moinhos de Vento.
Portanto, eu vi Camões,
com olhar de Dom Quixote,
navegar grandes visões,
criando, assim, novo mote
pras velhas navegações.
Navegações eu previ.
Marés que sobem, desci
ao Inferno de Dantes, mas...
chega, ou não paro mais
de ver, e nem tudo eu vi.
há dez mil anos atrás.
Acreditem, eu previ
o romance de GUERRA E PAZ.
Eu vi Deus, na Galiléia,
fazer Jesus padecer
na cruz, pra toda plateia
do mundo inteiro saber
que não era má ideia
salvar o mundo ao morrer.
Acreditem, vi Maria
Bonita, vi Lampião,
fazendo coro à cantoria
da cultura, no Sertão.
No fim da linha, Corisco,
eu vi cruzar a fronteira;
Seu olha: trovão arisco.
Vi Dadá, mulher guerreira,
com um facão fazer um risco,
cantando Mulher Rendeira.
Eu vi Dom sebastião,
era Mendes Maciel,
Conselheiro em procissão,
benzendo o povo fiel...
Fechando o corpo pra guerra,
em defesa de uma Terra
onde jorra leite e mel.
Acreditem, vi Domingos...
Vi Domingos Calabar,
num elogio à traição,
vendo o Brasil começar.
No princípio eu vi também
o machismo divinal
fazer a maça do Bem
virar símbolo do Mal.
E Deus, perdendo o juízo,
condenar o paraíso
ao sem-juízo-final.
Seduzindo Terra e Céus,
vi princesa Salomé
cobrir com seus Seta Véus
a careca de Tomé,
homem descrente que só.
Fez uma expressão de: - Ó!
depois de tomar um rabo
de galo e ver o Diabo
dentro do Livro de Jó.
Acreditem, numa esquina,
vi puxar versos há pouco,
na Cidade de Campina
Grande, as Ceguinha do Coco.
Cego Aderaldo eu ouvi
pelejar com Zé Limeira;
assombrando o mundo eu vi
Inácio da Catingueira,
negro escravo incomum.
Como os três vi mais nenhum
cantador cantar tão bem.
Num refrão, dizendo: - Amém!
vi Zé Pretim do Tucum.
Dada a minha natureza
de cego itinerante,
eu já me vi bem diante
do Profeta Gentileza:
Santo-Maluco-Beleza,
andarilho visionário.
Num círculo imaginário,
criando asa ao seu lado,
eu vi outro iluminado:
Anjo-Bispo-do-Rosário.
Tudo que eu tenho dito
que vi, eu vi, não invento;
dito isso, acredito
até em Moinhos de Vento.
Portanto, eu vi Camões,
com olhar de Dom Quixote,
navegar grandes visões,
criando, assim, novo mote
pras velhas navegações.
Navegações eu previ.
Marés que sobem, desci
ao Inferno de Dantes, mas...
chega, ou não paro mais
de ver, e nem tudo eu vi.
**************
Maré cheia de histórias,
é preciso nagevar;
Navegar nossas memórias:
boa história contar.
Do mar à ponta de areia,
no meio do cais uma doca,
o pensamento passeia,
nossa rima se desloca
no verso de Lua-Cheia:
Viva a noite carioca!
Maré cheia de histórias...
Da noite pro outro dia,
que há dias já passou,
num canto uma voz dizia:
- Maré do tempo virou!
Virou mar de calmaria...
Calma! a história começou.
Comaça sempre num ponto,
Reino do mundo de lá,
Contada domo num conto,
rimando de lá pra cá.
No conto dou um desocnto:
Conto da Praça Mauá.
Maré cheia de histórias...
Da Mauá pro tempo antigo,
dou voltas à narração...
Do tempo antigo prossigo,
com versos de precisão:
costurando em bom caderno,
folhas dotempo moderno,
soltas na imaginação...
Imaginem a Velha Arca;
Velha Arca de Noé!
Com a missão que ela arca,
salva até bicho-de-pé.
Em quarenta dias marca
lendas de Bicho e Maré.
Maré de rima e levada:
Leva Galinha D"angola,
leva Pato, Pata amada,
leva Peru, Tatu-Bola;
leva Urubu, Gavião...
Carcará, nesta versão,
voa, maré desenrola...
Deenrolando, ancora
à beira-mar, no pier
da Mauá. Praça de agora;
pronta para quem quiser
contar maré de histórias,
de pelejas e vitórias,
pro desafio que vier...
Continue, quem puder...
é preciso nagevar;
Navegar nossas memórias:
boa história contar.
Do mar à ponta de areia,
no meio do cais uma doca,
o pensamento passeia,
nossa rima se desloca
no verso de Lua-Cheia:
Viva a noite carioca!
Maré cheia de histórias...
Da noite pro outro dia,
que há dias já passou,
num canto uma voz dizia:
- Maré do tempo virou!
Virou mar de calmaria...
Calma! a história começou.
Comaça sempre num ponto,
Reino do mundo de lá,
Contada domo num conto,
rimando de lá pra cá.
No conto dou um desocnto:
Conto da Praça Mauá.
Maré cheia de histórias...
Da Mauá pro tempo antigo,
dou voltas à narração...
Do tempo antigo prossigo,
com versos de precisão:
costurando em bom caderno,
folhas dotempo moderno,
soltas na imaginação...
Imaginem a Velha Arca;
Velha Arca de Noé!
Com a missão que ela arca,
salva até bicho-de-pé.
Em quarenta dias marca
lendas de Bicho e Maré.
Maré de rima e levada:
Leva Galinha D"angola,
leva Pato, Pata amada,
leva Peru, Tatu-Bola;
leva Urubu, Gavião...
Carcará, nesta versão,
voa, maré desenrola...
Deenrolando, ancora
à beira-mar, no pier
da Mauá. Praça de agora;
pronta para quem quiser
contar maré de histórias,
de pelejas e vitórias,
pro desafio que vier...
Continue, quem puder...
********
Código: 06
REI DE ÁFRICA E BRASIL
O fazendeiro, mui fascinado.
Também afeito à maldade,
responde:"Está fechado.
Foi bem paga a liberdade".
Chico Rei, que virou lenda
e reina la nas altura,
cá em baixo nos defenda
da fome, ódio e desventuras.
REI DE ÁFRICA E BRASIL
O fazendeiro, mui fascinado.
Também afeito à maldade,
responde:"Está fechado.
Foi bem paga a liberdade".
Chico Rei, que virou lenda
e reina la nas altura,
cá em baixo nos defenda
da fome, ódio e desventuras.
* * *
DIA DO AMIGO
20 DE Julho
O dia 20 de julho é a data internacional do Dia do Amigo, comemorado especialmente no Brasil, Argentina e Uruguai. A data foi criada na Argentina e pretendia comemorar a chegada do homem à Lua, um evento que significava, para quem o criou (o argentino Enrique Ernesto Febbraro), que a união pode ultrapassar qualquer obstáculo.
Para além dessas duas datas, existe ainda o Dia Internacional da Amizade, criado pelas Nações Unidas em 2011, convidando todos os países a comemorarem a efeméride no dia 30 de julho de cada ano. (Fonte: http://www.calendarr.com/brasil/dia-do-amigo/)
Procura-Se Um Amigo, Vinicius De Moraes
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
BONS AMIGOS (vulgo)
Título: Benditos
por Isabel Machado
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Loucos e Santos - Oscar Wilde
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril.
13 de julho - Dia Internacional do Rock!
Mas porque 13 de julho? Foi no dia 13 de julho de 1985 que um cara chamado Bob Geldof, vocalista da banda Boomtown Rats, organizou aquele que foi sem dúvida o maior show de rock da Terra, o Live Aid - uma perfeita combinação de artistas lendários da história da pop music e do rock mundial.O Live Aid conseguiu em 16 horas de show acumular cerca de 100 milhões de dólares, totalmente destinados ao povo faminto e miserável da África. Isso é a cara do ROCK AND ROLL!
ATITUDE!!
POETAS DO ROCK
Ovelha negra
Rita Lee
Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra
E água fresca
Meu Deus!
Quanto tempo eu passei
Sem saber!
Uh! Uh!...
Foi quando meu pai
Me disse:
"Filha, você é a Ovelha Negra
Da família"
Agora é hora de você assumir
Uh! Uh! E sumir!...
Baby Baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby Baby
Não vale a pena esperar
Oh! Não!
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Tchu! Tchu! Tchu! Tchu!
Não!
Oh! Oh! Ah!
Tchu! Tchu! Ah! Ah!...
Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra
E água fresca
Meu Deus!
Quanto tempo eu passei
Sem saber!
Han!! Han!...
Foi quando meu pai
Me disse:
"Filha, você é a Ovelha Negra
Da família"
Agora é hora de você assumir
Uh! Uh! E sumir!...
Baby Baby
Não adianta chamar
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby Baby
Não vale a pena esperar
Oh! Não!
Tire isso da cabeça
Ponha o resto no lugar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Tchu! Tchu! Tchu! Tchu!
Não!
(Ovelha Negra da Família!)
Tchu! Tchu! Tchu!
Não! Vai sumir!...
QUE PAÍS É ESTE
Nas favelas e no senado
Sujeira prá todo lado
Ninguém respeita
A constituição
Mas todos acreditam
No futuro da nação...
Sujeira prá todo lado
Ninguém respeita
A constituição
Mas todos acreditam
No futuro da nação...
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Na Amazônia
E no Araguaia ia, ia
Na baixada fluminense
No Mato grosso
E nas Gerais
E no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papeis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão...
E no Araguaia ia, ia
Na baixada fluminense
No Mato grosso
E nas Gerais
E no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papeis
Documentos fiéis
Ao descanso do patrão...
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendemos todas as almas
Dos nossos índios um leilão...
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendemos todas as almas
Dos nossos índios um leilão...
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?...(2x)
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?...(2x)
IDEOLOGIA
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver...
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Pra viver...
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver..
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver..
Ideologia!
Pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
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