Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Um Brinde à Poesia Nit. Fevereiro/2013

CADA PARTÍCULA SONHO
SE MOVIMENTA VERSO
E HARMONIOSAMENTE
CONVERTE-SE UNIVERSO. (L. Dowslley)


O objetivo deste Movimento é divulgar a obra de artistas consagrados na literatura e na música - letrista, proporcionar espaço para novos autores e compositores, estimular e encorajar aqueles que nunca se apresentaram num sarau ou mesmo falaram num microfone em público e promover lançamento de livros ou Cds, sem custo algum para o artista. 
 São duas edições mensais. Em 2013 Lucília atravessou a ponte e fixou o encontro, toda quarta quarta-feira do mês, na Livraria do Café, no Shopping da Gávea, das 19 às 21:30. Em Niterói, acontece no MAC, todo segundo sábado do mês, das 15 às 18 horas. 
De quinze em quinze dia admiradores e artistas se reúnem, compartilham sentimentos, afeto e arte, além de fazerem um brinde na prática. São fortes emoções! “Um instante para a alma se abrir nos dias de hoje e celebrar a paz”. 
E tudo começou com um sonho de Lucília, dois dias antes do seu aniversário. Ela foi em busca da realização e no dia 11 de junho de 1999, lançou a primeira edição e não parou mais.



Coordenação e Apresentação: Lucília Dowslley

Músico Residente: Fábio Pereira (músico compositor)

Participação: Arthur Freitas (Contador de Histórias Mirim)

Lançamento do Livro "URBANOSEMCAUSA", de Sergio Gerônimo 
e Mozart Carvalho, pela Oficina Editores

Palavra do Prefaciador Naldo Velho

Poetas Convidados: Uly Riber, Vânia Lúcia

Celebrando Centenário: Vinícius de Moraes

Canja Diversos: Você - Traga um poema ou música e apresente na canja
(inscreva-se na hora, na página de eventos do facebook)

https://www.facebook.com/events/311182545651806/

 MAC Niterói, dia 16 de fevereiro, das 15 às 18 horas.


SAUDAÇÕES A TODOS!














A CHAVE

o apito vespertino
seis horas
a tranca noturna
no fundo da cela – sentinelas
armas apontadas para o peito
o desejo febril do futuro
limitado nos quatro cantos
a cela sela
o perfume ácido do suor
esfria-se no banho de gato
o odor manifesta-se
descamisando músculos
o forte cheiro de urina
embriaga a atmosfera
asfixiante revela-se
 a última gota da cancela
no estremecer das chaves
em mãos cativas do sistema
cobertores desdobram-se
silenciosamente em dedos engatilhados
a cama dura sustentam nervos e ossos
tesos, retesos, firmes
em construções meliantes
o último sinal
a grade cinza
espia o apagar das luzes
o baixar de calças sinuoso
 o flato – fato
e o homem adormece
sem nada fazer,
sem nada dizer
só espera
a chave do amanhã
novo cárcere


Mozart



permitam-se um grito
a mente criativa
não se exaure
multidões atravessam os passos
alargam-se as identidades
escancaram as cidades
para que pousem tranquilas
no hangar do coração
o fluxo dos carros
nas venosas pistas
entopem, emparedam
obstruem o peito
a dor engarrafada alucina
conectores estressados
apagam-se
os corpos adormecem
o semáforo da vida incandesce
e o grito
continua... continua... continua...

SERURBANO


Sou
o poeta do betume
das ruas modernas
dos prédios
arranha-céus
meus olhos são
semáforos
verde e vermelho
quando estão em atenção
avanço para felicidade...



URBANOSEMCAUSA (Mozart Carvalho e Sérgio Gerônimo),
o livro, teve premier de lançamento no dia 10 de janeiro de 2013, 
no PEN CLUB da Áustria, no Salão Concordia, Centro de Viena. 
As escritoras Dorothea Nürnberg e Gloria Kaiser 
foram as mediadoras da tarde literária, conduzindo 
uma elucidativa entrevista com os escritores brasileiros, 
membros do PEN CLUBE do Brasil, da APPERJ. 
A apresentação foi feita pelo presidente 
do PEN austríaco, o poeta Helmuth A. Niederle. 






ULY RIBER

            Uly Riber, 58 anos, carioca, fotógrafo, ator, poeta e jornalista, veio para Niterói – RJ em 1982, depois de passar cinco longos anos em Buenos Aires, Argentina, onde trabalhou como: professor de Português, secretário da vice-cônsul do Brasil na Argentina, Tereza Rodrigues Pereira e foi por dois anos tradutor público Português-Espanhol.
            Começou a fotografar como hobby em 1982 e no ano seguinte fez sua primeira exposição individual – “Uly – Trilogia de Grandes Momentos” – no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, no Campo de São Bento em Niterói, RJ, com fotos de artistas como: Bibi Ferreira, Caetano Veloso, Simone, Pepeu Gomes, Lana Bitencourt, Eduardo Dusek, Baby Consuelo, Ney Matogrosso, entre outros.
            Em 1984 foi convidado pela prefeitura de Niterói, RJ para fotografar as 30 mulheres mais representativas da cidade, uma em cada profissão, fazendo essa mostra, parte das comemorações do aniversário da cidade. A exposição uma das mais concorridas da cidade foi realizada na sede da Aliança Francesa de Niterói.
            Inovador, ainda em 1984, Uly Riber começou a levar sua arte para bares e restaurantes da cidade, atingindo um publico que não tinha o hábito de freqüentar galerias de arte.
            Morou por cinco anos na cidade de Campos dos Goitacazes – RJ, onde realizou mais de quarenta exposições individuais e recebeu em 1987 o “Titulo de Cidadão Campista”, outorgado pela Câmara Municipal de Campos dos Goitacazes. Escreveu por mais de um ano, 4 paginas no jornal Campista “A Cidade” de Alair Ferreira.
            Em 1989, foi indicado para receber o premio Sharp, como o melhor fotógrafo do ano, pela capa do disco “Prova de Amor” da cantora e compositora Ângela Ro Ro, pela gravadora Eldorado.
            Morou por 4 anos na Europa (França, Holanda e Espanha), desenvolvendo sempre sua arte fotográfica.
            Em maio de 2003, Uly Riber foi agraciado com o “Título de Cidadão Niteroiense” outorgado pela Câmara Municipal de Niterói, projeto do então vereador municipal Fernando de Oliveira Rodrigues.
            Ainda em 2003, Uly Riber muda-se para São Paulo onde passa a fotografar a sociedade Paulistana e a trabalhar com antiguidades.    
            Uly Riber já realizou 115 exposições individuais (sendo que somente em Niterói e Rio de Janeiro, foram mais de 60 Mostras), 17 coletivas e 9 Salões de Arte, (recebendo 3 medalhas de ouro, 3 de prata, 2 de bronze e 1 menção honrosa). Já expôs em vários países como: Argentina, Holanda, Uruguai, Inglaterra, Peru, Chile e foi o primeiro fotógrafo Latino-Americano a expor no Egito – Aknaton Galery – Cidade do Cairo.
            Em cada uma dessas exposições, Uly Riber sempre levou o nome do Brasil e de Niterói para fora do país, seja em suas fotos paisagísticas ou em entrevistas concedidas.
            Em maio de 2011 realizou a mostra “RETROSPECTIVA ULY RIBER – 28 ANOS DE FOTOGRAFIA” no Instituto Cultural Germânico em Icaraí, Niterói.
            Em setembro de 2011 realizou a mostra “RAIZES” no Instituto Cultural La Salle em Santa Rosa, Niterói.
            E também em setembro de 2011 realizou a mostra “CAMPO DE SÃO BENTO – UM OUTRO OLHAR” na Aliança Francesa em Icaraí, Niterói.
            Em janeiro de 2012 realizou a mostra “MEMÓRIAS” no Instituto Cultural Germânico em Icaraí, Niterói.
            Em março de 2012 realizou a mostra “CAMPO DE SÃO BENTO – UM OUTRO OLHAR” no Instituto Cultural Germânico na Tijuca, Rio de Janeiro
.            Em dezembro de 2012 realizou a mostra “FORMAS” no Bistrô Parkanjo Gourmet em Pendotiba, Niterói.
             Prepara também, duas novas mostras individuais, intituladas: uma “REGIÃO OCÊANICA”, e outra, “CARTAS DE TAROT”, onde ira refazer as cartas de tarôt e terá a atriz Elke Maravilha, como modelo, representando os 22 Arcanos.



“ ODEIO NEWTON “


Querendo ou não, já sou um senhor.

Pôr mais que minha cabeça seja ainda adolescente,
o corpo começa a dar sinais de que a lei mais forte,
é a Lei da Gravidade.

Odeio Newton, detesto Balsac.
Mas no fundo eles diziam verdades.
Eu ainda minto um pouco.

Quarenta e sete verões.
Mas, de verdade,
só consigo me lembrar de uns vinte e cinco ou trinta.
Os outros, acho que se perderam no tempo.

Em todos esses anos colecionei amigos.
Verdadeiros (todos).
Sinceros (a maioria).
Honestos (nem todos).
Mas, amigos.

Uns dizem que sou sarcástico.
Discordo.
Talvez, um pouco cínico.
Mas um cinismo que não agride.
Até diria, um cinismo UP.

Outros dizem que sou otimista.
Com certeza.
Acho que tudo vale a pena.

Outros dizem que sou um eterno sonhador.
Concordo plenamente.
Sonho com tudo.
Sonho até, com político honesto.

Mas voltando ao “senhor”.
O que é ser um senhor?
Talvez cabelos grisalhos?
Rugas no canto dos olhos?
Pele flácida?
E a mente?
Que papel faz nesta tragédia doméstica?

A idade do homem não está em nada disso.
Está sim, no que ele sente.
No tesão latente.
Pulsante.
Quantos de 20 anos já são senhores?
Quantos de 40 estão entrando na puberdade?
Quantos de 50 nem chegaram lá?
O chato de tudo isso é a Lei da Gravidade.


Odeio Isaak Newton!



“  FOME  ”


Queria ter a boca da noite,
Para poder mastigar o mundo.

 “ DESARVORE “

Desarvore menino.
Mas fique consciente.
Fique louco, louco manso.
Não importa que seja,
ou que não seja.
Não importa que a porta esteja aberta,
ou não.
Que tenha vida em Marte,
ou que a morte esteja perto,
ou não.
Desarvore menino.
E não ligue para o desbunde.
Desbunde...
E não se grile se eu penso.
Se eu penso em mim,
ou em você.
Se grile com os grilos que você cria,
na sua cama,
no seu quarto,
no seu travesseiro.
Mas não comigo...
Se grile  com os
tic-tac de seu relógio,
toc-toc de seu sapato,
tac-tac de sua máquina.
Mas não comigo.
Ou se tiver a fim,
se grile cara.
Porque de um jeito ou de outro,
eu continuo te amando.


“  CUIDADO  “
  

Cuido de meus cães, Afghans, sempre.

           De meus amigos,  sempre eternos.
           De minha casa,  onde quer que seja.


Cuido de meus ternos, quando os tenho.
           De meus quadros, sempre tortos nas paredes.
           De meus tapetes, nem sempre Persas.


Cuido de minha Minolta, nem sempre como deveria.
           De minhas pratarias, escurecidas pelo tempo.
           De minhas plantas, grande prazer.

 
Cuido de meus CDs, não vivo sem música.
           De meu trabalho, grande mentira.
           De meus peixes, parindo sempre.


Cuido de meus livros, que já não consigo ler.
           De meu computador, que nem meu é.
           De minhas fotos. Onde estão mesmo?...


Cuido de meu corpo, que cansaço...
           De minha mente, como mente...
           De meu sexo, nem sempre tão à disposição.

Cuido de minha voz, já ficando rouca de novo...
           De minha pele, já enrugando.
           De meus pés, já não segurando tanto o peso.


Cuido de meus pulmões, sufocados pelo cigarro,
          De meu fígado, afogado pelo Gim.
          De meu coração, pulsando de amor.



Cuido de tudo que me cerca, nem sempre tão bem...
           De tudo isso, você será  sempre,
          de quem eu cuido melhor.


        ( para Wagner Gonsalez)



TEMPO E CORAGEM


Nasci para ser puta de cabaret
Unhas vermelhas
Muito gim
Por falta de coragem, virei fotógrafo

Nasci para ser dona de bordel
Batom carmim
Pulseiras de ouro
Por falta de tempo, virei poeta.









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