Deserto da alma
Eu
paro no meio da rua
Deslizo
pelo ar e começo a chorar...
Sentada
no chão olho
O
corpo de um cachorro maltratado
E
pergunto se ainda posso
Algo
fazer para minimizar
A
dor a crueldade.
Tarde
demais para este aqui.
Até
quando mãos humanas
Erguer-se-ão
para causar
Tanta
maldade e destruição?
Até
quando corações gelados
Monstros
em corpos humanos
Continuarão
andando livremente?
Até
quando repassaremos
Como
flashes em trauma na mente
Este
estágio inferior degradante
Que
não se liberta das correntes
Do
mundo caótico?
Céu
escuro sobre nós nuvens pesadas
Raios
e trovões riscam o céu.
E
é apenas o começo de uma era
Espera
que vem mais por aí.
Eu
não quero fechar os olhos
Eu
não quero dormir.
Enquanto
as notícias mancham
De
vermelho as páginas de cada dia
Um
engravatado voa de jatinho
Sem
o menor medo ou pudor.
O
mal existe e tem uma forte raiz.
A
desigualdade e a injustiça
São
fortes adubos da destruição
O
egoísmo a ambição
Cegam
pela busca a qualquer preço.
Não
importa mais a idade
O
nível social escolaridade e tal
Não
há mais limites nivelamento
Não
há mais valores nem crenças
Muito
menos se fala em fé.
Não
existe mais uma norma.
Vale
tudo no jogo da sobrevivência
Os
egos estão no comando.
Esquece
essa história de consciência
Sábios
superiores pensamentos
Meditação
não dita ação.
Se
há alguma poesia na prosa
Versos
rimas canção melodia
São
gritos perdidos no deserto da alma.
O
slogan moderno não é nenhuma novidade
Vira-se
de quatro para lua pixa-se e pira
Tráficos
desumanos.
Une
mais que qualquer laço de sangue
Por
estes mata-se e morre.
Não
sei o que faz uma pessoa
Maltratar
um animal
Maltratar
uma criança
Outra
pessoa, a natureza.
Eu
não consigo simplesmente
Dar
as costas e seguir
Como
se fossem figurantes
Numa
peça mal escrita.
Parei
aqui e decidi ter
Uma
forma de poder ser
Alguém
mais forte potente
Para
não omitir meus sentimentos
Seja
a arte, a poesia
A
minha forma de expressão
Libertação
seguida
De
transformação ação
Que
seja o meu caminho.
Existe
um pulso soando amor.
Está
em mim e se dilui
Nos
olhos de um azul transparente
Infinito
como o céu longe do fim.
E
por um segundo
Senti
a brisa em torno
Asas
brancas assoprando
Sonhos
nos meus pés.
Depois,
mesmo assim
Inflada
de sutil entusiasmo
Não
consegui seguir.
Dentro
de mim o eco
Da
dor do vazio
Da
falta de humanidade.
Por
mais que eu busque
Tudo
ainda é pouco
Para
frear à bala
A
gota de sangue sal
a
violência a dor
O
triste final.
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