Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

sábado, 2 de fevereiro de 2008

POETAS DO UM BRINDE

Naldo Velho

NALDOVELHO


Tenho a mão pesada ao escrever poemas,

Abro, no papel, profundos sulcos, tipo, leito de um rio,

por onde navegam palavras, pensamentos, histórias,

coisas colhidas nas trilhas desta vida.



Não acaricio as palavras, espremo-as,

até ter delas seu sumo, seus significados.

Uso cores agressivas, por vezes exuberantes,

quando tento passar uma mensagem.



Quando falo de saudade prefiro o cinza,

nostalgia navega em branco e preto

e a revolta em águas barrentas, sempre!

Estou mais para a realidade, a vida me fez assim!



Tenho a mão pesada aos escrever poemas,

machuco o papel, até perceber que ali existe

sangue, suor, saliva, sentimento,

não sei escrever sem expor feridas.



Parir versos é remexer nas entranhas,

é cutucar cicatrizes, fazê-las ardidas,

só assim o poema sobrevive

e eu consigo exorcizar minha dor.




FABIO MALVEIRA



Sangue mistério da força

Fábio Malveira

Não fica nada que não seja luz

Nos campos abertos da união

Corre o vento

Da seis horas

Toca o sino

O galo canta

Colorindo a vida dos homens

O sol é testemunha

Da mais bela e linda canção

Eu com meu pouco troco

E o meu tão bem feito cigarro de paia

Não tenho cartom

Mesmo que também

Não faço muito não

Sou feliz assim

Me alegro da vida com

Feito sangue forte boiadeiro- grande irmão

Onde na campina

Puro ar de belo verde

Está mais meu coração



O sonho de jardim
Fábio Malveira

Os pingos d´água refrescam o jardim

Ao lado do cheiro

Agradável de muitas flores

Há uma forte colméia

Dentro dela

Movem-se também

Toda a energia do perfeito trabalho

Alguém vem caminhando

Com passos agitados

E aproxima-se ao lado de

Cachos abertos de flores

Toca-osCheira-os suavemente

A fisionomia muda

Fica radiante

Uma paz começa a organizar

Sua razão e sentimentos

Serenamente olha o céu

Bem azul

Pois um dourado e rico brilho

De sol agora vem chegando

A pessoa lembra do Criador

Sorri pura como anjo

E ao céu faz com toda fé

Uma ardente prece

Que começa a despertar os passarinhos

Que cantam no jardim

Que não tem medida

Sem fim


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