Naldo Velho
NALDOVELHO
Tenho a mão pesada ao escrever poemas,
Abro, no papel, profundos sulcos, tipo, leito de um rio,
por onde navegam palavras, pensamentos, histórias,
coisas colhidas nas trilhas desta vida.
Não acaricio as palavras, espremo-as,
até ter delas seu sumo, seus significados.
Uso cores agressivas, por vezes exuberantes,
quando tento passar uma mensagem.
Quando falo de saudade prefiro o cinza,
nostalgia navega em branco e preto
e a revolta em águas barrentas, sempre!
Estou mais para a realidade, a vida me fez assim!
Tenho a mão pesada aos escrever poemas,
machuco o papel, até perceber que ali existe
sangue, suor, saliva, sentimento,
não sei escrever sem expor feridas.
Parir versos é remexer nas entranhas,
é cutucar cicatrizes, fazê-las ardidas,
só assim o poema sobrevive
e eu consigo exorcizar minha dor.
FABIO MALVEIRA
Sangue mistério da força
Fábio Malveira
Não fica nada que não seja luz
Nos campos abertos da união
Corre o vento
Da seis horas
Toca o sino
O galo canta
Colorindo a vida dos homens
O sol é testemunha
Da mais bela e linda canção
Eu com meu pouco troco
E o meu tão bem feito cigarro de paia
Não tenho cartom
Mesmo que também
Não faço muito não
Sou feliz assim
Me alegro da vida com
Feito sangue forte boiadeiro- grande irmão
Onde na campina
Puro ar de belo verde
Está mais meu coração
O sonho de jardim
Fábio Malveira
Fábio Malveira
Os pingos d´água refrescam o jardim
Ao lado do cheiro
Agradável de muitas flores
Há uma forte colméia
Dentro dela
Movem-se também
Toda a energia do perfeito trabalho
Alguém vem caminhando
Com passos agitados
E aproxima-se ao lado de
Cachos abertos de flores
Toca-osCheira-os suavemente
A fisionomia muda
Fica radiante
Uma paz começa a organizar
Sua razão e sentimentos
Serenamente olha o céu
Bem azul
Pois um dourado e rico brilho
De sol agora vem chegando
A pessoa lembra do Criador
Sorri pura como anjo
E ao céu faz com toda fé
Uma ardente prece
Que começa a despertar os passarinhos
Que cantam no jardim
Que não tem medida
Sem fim
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