Um Brinde à Poesia

Um Brinde à Poesia

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Um Brinde à Poesia Março, Especial Mulher Especial Poesia


O ano de 2014 é um ano marcante para o Um Brinde à Poesia. Completaremos 15 anos
no dia 11 de junho e isso me dá motivos para fazer muitos brindes e celebrar. 
São páginas, poetas, palcos, paixões traçando uma trajetória que começou em Niterói, viajou, atravessou ponte, ocupou coreto, vai fincar bandeira e conquista corações.
 Por isso, aceitei o convite da diretora do Solar do Jambeiro, em Niterói, ao qual sou muito grata, para fazer uma edição no dia 8 de Março, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. E, será a primeira de muitas edições que faremos neste espaço encantador. Uma honra! 
Era o meu desejo fazer "Um Brinde" lá e confessado por Carla, ser o dela também.  
Aliança feita, estreamos com duas convidadas que admiro muito. 
Receberei a compositora e poeta Ana Terra,  que curto de longe faz tempo, 
autora de inúmeros versos de sucesso, entre eles os consagrados 
na voz da cantora Ângela Ro Ro,

“Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras” 
,
e a atriz Catarina Dall"orto, que dirigi no início de sua carreira, no meu espetáculo teatral infantil "Viajando nas Páginas", apresentado no SESC Niterói e passado o tempo, hoje orgulhosamente aplaudo de pé, no monólogo autoral 
"A Mulher Sem Face", que brilhou nos palcos cariocas em 2013. Vamos assistir trechos da peça que nos deixará com gostinho de quero mais. O que será possível, no dia 22 de Março, no próprio Solar do Jambeiro.

E, cada poeta presente terá espaço  para se apresentar com um poema.

As edições no Solar do Jambeiro, terão um formato diferente a cada mês.
A partir de Abril, passará a ser todo primeiro sábado, das 16:30 às 18:30.
Dia 5, teremos o lançamento do livro Marca D'água, de Cristina Lebre.
Em maio teremos uma programação com poesia e teatro.
Aliás, a ideia é dar espaço para os atores divulgarem suas peças.

Lucília Dowslley






Lucília Dowslley, fotojornalista e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro. Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento pela Paz e Liberdade de Ser, inspirado em sonho, que mensalmente promove no MAC Niterói, no Museu da República e no Solar do Jambeiro. Se apresentou no Paraguai, Nova York e Nova Jersey. Publicou dois livros: Um Brinde à Poesia (2004) e Carmim (2012). Ministra Oficinas de Interpretação e Criação de Textos e coordena o Clube de Leitura para crianças. Viver poesia, falar a poesia, ser poesia. Assim têm sido os seus dias, Militante das artes a mais de 20 anos, acredita na arte como instrumento de autoconhecimento e de conscientização para transformação da humanidade numa vida de qualidade, celebração e paz. Seja no teatro, na fotografia, na música ou literatura, este é o seu grande desafio, o seu objetivo maior e a sua luz.


NO CORAÇÃO DE DEUS 
 Lucília Dowslley

Por muito pouco
Ou por quase nada
Estão matando.
A fumaça sobe
O céu acinzenta
A voz se cala
O amigo se vai
A porta se fecha
A lua cai
O poeta chora
As palavras voam
O vento rasga
O sonhador acorda
O ator engasga
A mão se encolhe
O pássaro canta
A criança colhe
O real se desvaloriza
A dona se espanta
O poder corrompe
O pouco não satisfaz
O povo pede paz.
A mão contida
A vida sofrida
A vida não vivida
A natureza devastada
A humanidade dividida.
O rumo perdeu o freio
Emoções sem medida.
Cinza nos ares - sinal.
No olhar o grito ecoa.
Estrelas que brilham
Parecem lágrimas
Escorrendo na escuridão.
Por muito pouco
Ou por quase nada
Estamos matando
Estamos morrendo.
Ação desnorteada.
Pura defesa se salvar.
Vira-se então as costas
Cada um por si
Perde-se os sentidos
A noção dos valores.
Sinal de alerta -
Despertar nova consciência.
São tantas necessidades...
Buscar saciar todo desejo
Se satisfazer com o que se tem
Cuidar para não perder?
A que custo? Em troca de que?
Os passos ficam mais velozes
Os gestos vão se reprimindo
Os bandidos a solta
Insanidade mental
Drogam-se, matam
Matam, inclusive inocentes.
A justiça nas mãos de quem?
A violência sem limites.
Nada preenche o vazio.
E quando a solidão vem?
A família chora
O alicerce não quer ceder
As loucuras do mundo moderno.
Encontrar um novo sentido
Positivar a mente
Urgentemente.
Tentar retroceder
A novela da vida
Cenas dos próximos capítulos...
O paraíso aqui mesmo
Quem sabe?
A vida é amor
E por que não dizer Deus
Deus em cada um de nós.
Com muito pouco
Ou com quase nada
A esperança de um recomeço.
Redescobrir o caminho
Na simplicidade do ser.
Somos capazes de amar.
Um possuidor de amor
Neutraliza 100
Carregados de ódio.
Imagina 100, 1.000
1.000.000 de amorosos?
Antes de qualquer palavra
Antes de qualquer acontecimento
Antes de qualquer gesto
Manifeste amor
Então, tocará no coração
De alguém
Do universo
De Deus.







Ana Terra, Compositora profissional desde 1985, tem cerca de 200 gravações de obras musicais com letras de sua autoria, como Elis Regina - “Essa Mulher”, “Pé sem Cabeça”, “Sai Dessa”. Milton Nascimento e Nana Caymmi - “Meu Menino”. Maria Bethânia -“Da Cor Brasileira. Emílio Santiago - “Ensaios de amor” e “É só uma canção”. Barão Vermelho e Ângela Rô Rô - “Amor meu grande amor”. Elton Medeiros - “Virando Pó”, “Direito à vida”, “Mãe e Filha”. Sueli Costa e Lucinha Lins - “Insana”, “Minha Arte”. Dori Caymmi, Leila Pinheiro e Renata Arruda - “Essa Mulher”. Lisa Ono - “Os dois”, “Eu sou carioca”, “Diz a Ela”, “Essência”. Mart’nália - “Sai Dessa”. Publicou os livros Letras e Canções (poesia) e Estrela (prosa). Recebeu prêmio do Ministério da Cultura pelo roteiro original do longa-metragem Os Campos de São Jorge. Produz e dirige audiovisuais e tem peças de teatro inéditas. Ao lado da criação artística, atua como ativista política participando do movimento independente das artes, da implantação do canal comunitário de Niterói, dos fóruns de música. Em 2004 foi tema do documentário Ana Terra, do cineasta Luiz Rosemberg Filho. Atualmente é Diretora Executiva do Projeto "Casa do Músico".








Site de Ana Terra



Leia a bela entrevista com Ana Terra: 












Sobre A Mulher Sem Face, de Catarina Dall"orto

“A mulher sem Face” teve sua estreia em setembro de 2012 no Espaço Reserva + e em seguida cumpriu temporada no teatro Sesc Tijuca – Espaço II, Casa da Gávea e fez parte da programação do Ciclo Inter-Agir no Oi Futuro do Flamengo. O espetáculo reestreou em 2013, nos dias 21 e 22 de agosto em duas únicas apresentações no Teatro Maria Clara Machado – Planetário da Gávea. Em 2014 fará uma curta temporada em Niterói no Solar do Jambeiro, dias 22 e 29 de março e 05 e 12 de abril, sempre às 20h.
O monólogo aborda questões comportamentais atuais, enfatizando a questão da busca pela identidade na sociedade pós-moderna, promove uma reflexão sobre as sociedades modernas que sofrem mudanças rápidas e constantes. Inspirado na obra literária “Pasárgada”, de Manuel Bandeira, o espetáculo “A Mulher Sem Face” relata o drama pessoal de uma mulher que decidi partir, sair do mundo real, para fugir das amarras do cotidiano em busca de sua identidade. No entanto, ela percebe que não se recorda mais quem ela é. Para mudar isso, precisa voltar no passado e vasculhar cuidadosamente suas lembranças em busca de sua identidade. É no dilema, entre tomar as rédeas do seu destino e ser levada pelo tempo, que se desenvolve “A Mulher sem face”.
Texto do Coordenador de Projeto: Um projeto onírico. Voltou da lembrança para imaginar-se sem face. Esse foi o ponto de partida do espetáculo que apresentamos. Uma ideia, da intérprete e autora, nascida do desejo insistente de manifestar a arte. A vontade explícita de promover um encontro da sua mais adormecida memória com as vísceras produzidas pelo desabrochar em cena. Um projeto ousado e autoral que compreendia pelo menos duas grandes dificuldades: construir uma dramaturgia e estar sozinha em cena. O enfrentamento, muitas vezes angustiante, transformou-se em um belo espetáculo que apresenta as sutilezas vivenciadas pela atriz e as conquistas da hábil maneira de escrever. E ainda leva o espectador a compreender as múltiplas possibilidades de contemplar um monólogo. O resto, tal como um desenho, cria um oceano em cada folha de papel em branco que compõe o espetáculo. Avante toureira!!! Afirma a mulher que se encontra no deserto caminho da memória furtiva do passado incompleto. Mas nunca deixa de seguir viagem.
Fred Tolipa






No dia 12 de Março, temos nosso encontro no MAC Niterói, que aliás 
completa neste mês, quatro anos consecutivos que acolheu o projeto. 
Minha gratidão ao Professor Guilherme Vergara e a  Baltazar!
Seguimos rumo aos quinze anos e vale destacar, que o dia 11 de junho cairá na segunda quarta-feira, dia que temos edição no MAC Niterói. Então.... 
Teremos um parabéns especial numa noite imperdível!
Mas vamos ao dia 12. 
Especial Liberdade de Ser Mulher, com um time de primeira 
para comemorar o universo feminino.
Começo anunciando a dançarina Vanessa Soares, que me impressionou na 
performance que fez no SUBA sarau do Vidigal, comandado por Marcelo Mello.
Será a primeira vez  que participará do "Um Brinde à Poesia". Receberei também a cantora Louise Hug que sempre nos emociona e encanta com sua belíssima voz,  acompanhada de André Rangel . Conto também com a participação das queridas poetas Anna D'Castro, Ana Paula Soeiro, Cristina Lebre, Elvira Campos Barroso, Jammy Said Lua Morena, Marcia Mendes, Mariana Valle, Marla de Queiroz, Mônica Firme Maciel, Patrícia Porto, Ronalda Teixeira, Raquel Abrantes, Rosângela de Souza Goldoni e Wanda Monteiro.

Vai ser especial demais! Imperdível!

Lucília Dowslley




O Um Brinde no Coreto da Poesia, do dia 15 de Março, tem muitas comemorações.  
Especial Liberdade de Ser Mulher e Semana da Poesia. No dia 14, é o Dia Nacional da Poesia e no dia 21, o Dia Internacional da Poesia. Além disso, Vamos batizar o Coreto, como "Coreto da Poesia" e fincar a Bandeira do Um Brinde à  Poesia. Motivos não faltam para celebrar e por isso a presença de todos que militam pelos versos em suas diferentes expressões é muito importante.
E, para começar, os músicos Cayê Milfont e Sérgio Octaviano 
estarão dando o clima com suas lindas canções autorais. Vanessa Soares estará presente, apresentando sua bela dança contemporânea. Uma constelação de poetas estará se apresentando no Chafariz. São elas:  Anna D'Castro, Ana Paula Soeiro, Cristina Lebre, Denizis Trindade, Eda Lúcia Damásio, Flávia Côrtes, Jurema Nascimento, Kyvia Rodrigues, Marcela Giannini, Marcia Mendes, Maria do Carmo Bomfim,  Marla de Queiroz,  Marisa Queiroz, Mônica Firme Maciel, Patrícia Porto, Ronalda Teixeira, Raquel Abrantes, Rosângela de Souza Goldoni, Sheyla de Castilho, Telma Moreira, Vânia Soares e Wanda Monteiro. Jammy Said Lua Moreno irá apresentar dança do ventre.
No Coreto da Poesia, estarei expondo "Poetas D'Versos"
uma pequena seleção, do amplo registro fotográfico dos
 saraus no Rio de Janeiro e em Niterói

Participe! Um Brinde à Poesia pela paz e liberdade de ser.

Lucília Dowslley






História do 8 de março

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras 

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Marcos das Conquistas das Mulheres na História 

- 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
- 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
- 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
- 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
- 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
- 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
- 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
- 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
- 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
- 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina
- 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

Fonte: http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Um Brinde à Poesia Nit - Fevereiro de 2014



O tempo voa para quem sonha. Pode parecer só uma expressão poética, mas reflete bem a história do Um Brinde à Poesia, lançado no dia 11 de junho de 1999, confirmando sua importância como evento divulgador e estimulador da poesia falada no cenário cultural de Niterói. A iniciativa foi da fotógrafa e jornalista Lucília Dowslley. 

Com edições mensais Lucília faz a abertura apresentando poesias próprias com projeção de fotos e presta homenagem a nomes consagrados da literatura e da música. Logo no início acontece o Momento D'versos, quando o público é convidado a participar apresentando um poema. Três poetas e um músico convidado mostram seus trabalhos autorais. Há o momento do brinde em que o público é servido com vinho ou água e compõem uma poesia coletivamente celebrando a vida.O evento termina com foto de todos no palco, coquetel e sorteio de brindes dos apoios.

O objetivo deste Movimento é divulgar a obra de nomes consagrados seja na literatura ou na música, proporcionar espaço para novos autores e compositores, estimular e encorajar aqueles que nunca se apresentaram num sarau ou mesmo falaram num microfone em público.

Em quase quinze anos muitas histórias foram traçadas. A gratificação é imensa.

Participe! Vamos celebrar a paz e a liberdade de ser.






Lucília Dowslley, fotojornalista e atriz, nascida em Niterói, no Rio de Janeiro. Lançou em 11 de junho de 1999, o Um Brinde à Poesia Movimento pela Paz e Liberdade de Ser, inspirado em sonho, que mensalmente promove no MAC Niterói e no Museu da República. Se apresentou no Paraguai, Nova York e Nova Jersey. Publicou dois livros: Um Brinde à Poesia (2004) e Carmim (2012). Ministra Oficinas de Interpretação e Criação de Textos e coordena o Clube de Leitura para crianças. Viver poesia, falar a poesia, ser poesia. Assim têm sido os seus dias, Militante das artes a mais de 20 anos, acredita na arte como instrumento de autoconhecimento e de conscientização para transformação da humanidade numa vida de qualidade, celebração e paz. Seja no teatro, na fotografia, na música ou literatura, este é o seu grande desafio, o seu objetivo maior e a sua luz.

TEU NOME 

E se príncipe eu for
Escondido neste frágil corpo
Tão pequenino
Causando em ti apenas
Um leve apego singelo
Chorarias a noite toda
Sentindo ter perdido
Para sempre do amor o elo
Ocultarás teu verdadeiro sentir
Enclausurarás-te na torre da solidão
E ainda que eu te traga
Doces melodias compostas
Alados seres encantados
Magia e formosa fantasia
Sonhos, carisma, poesia
Ainda assim tua rispidez não retiraria
Porque o mais sentir
Pelo externo do teu querer
Ego humano escaldado
Por paixões elevada da ilusão
Oh! doce face serena criança
Não queres crescer?
Sou em ti teu próprio príncipe princesa
Jardim de realezas
A tudo posso oferecer
Não sabes ou finges?
Pois sei que já sentistes
No teu resistente pulsar
O sol em junção com a lua
Derramar sinais gotejantes estrelas
No céu desta noite
E tão alto a ponte
De anjos em missão visam te confortar
Luminares de trilhas sombrias
Sopram no ouvido
Tua térmica melodia
Olhas no vértice prateado
Estarão além sonhos
Vasto índigo manto
Cobrindo todo o pranto
Em mar espelhado se transformando
Cavalga branco robusto corcel
Renasceste principado
Desprezo de culpas
Avarezas turbilhões
Corrosivos nocivos
Então não sabes ainda
Na alma o teu nome?
Vais para fora agora
Não contentes mais nada
Entregas nas linhas
Pisantes do destino
Caminhas na Terra
Espalhas ao mundo
Luz em sonhos apaixonados
Delírios de um vivente
Agora, sem mais adiar digo-te
Assumas: teu nome é POETA.

ARCOS 

Um tipo de azul cristal
Florindo floral astral
Luminoso natural
Pincelado pincel
Reino redescoberto plural
Seres serenos senso
Diluindo distribuindo
Aroma visível incenso
Esvaziando espaço opaco
Denso imenso tenso
Paralelamente dormente
Lustrosa luminosamente
Vem vindo vivendo sente
Cortina escancarada
Risos rasos matutinos
Vasos veios véus nos céus
Vistos ou ao contrário
No mínimo sei que nestes
Em sonhos ainda
Que menos incandescente
Passos passantes de gigante
São teus traços nos arcos marcos

De todo ser da Terra vivente.

 PELOS CHÃOS DO PARAGUAI 

Pés azuis me guiaram pelos chãos do Paraguai
Tererê na mão saciando a sede do corpo
Palavras alimentando a fome de conhecimento da alma

Pés azuis me guiaram pelos chãos do Paraguai
Ver a realidade das ruas do Centro, do Mercado
Perceber certa semelhança com os países do Sul América
Precárias condições, crianças no trabalho, idosos sofridos
Sobreviver pra viver. Isso é viver?

Pare, pare pra reconhecer
Um pedaço de cada um em nós
Um único ser.

Pés azuis me contaram de seus sonhos, seus ideais
Semelhantes, iguais aos meus: união, liberdade, solidariedade
Paz, na prática, quanta diferença faz
No dia a dia destas crianças pedindo, fazendo o que for
Preciso, possível por uns guaranis.

Pés azuis me guiaram pelos chãos do Paraguai
Mostraram, cantaram, contaram, emocionaram
Somos todos sonhadores poetas artistas da vida.

Seja no Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina
México, Peru, Chile ou qualquer país Sul Americano
Central, Norte ou de outro continente, plantar a semente
Criar células deste amor para transformar a realidade social, econômica
Converter a cultura de massa, quebrar o funil modelador


E com justiça, trabalho, dignidade, alimentação, amor. 
 Vivermos em união, em paz. 
Com pés azuis pelas nuvens no céu de nossas consciências.











!Espanto
  • O que têm em comum um CD, um livro de poemas e um livro editado em Braille?
  •  Onde há uma interseção entre Ferreira GullarOscar Niemeyer , Aristóteles?


“O poema nasce do espanto, isto é, de um instante
em que o enigma sempre não explicado e oculto da existência se põe à mostra.
E, então, vemos que todas as explicações não explicam tudo.”
Ferreira  Gullar
“Na vida o que vale é o espanto.”
Oscar Niemeyer


"O começo de todas as ciências é o espanto de as coisas serem o que são."
Aristóteles


“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as
pessoas.  
Os livros só mudam as pessoas.” 
Mário Quintana

!Espanto é, antes de tudo, um movimento de inclusão cultural que está estruturado em duas frentes:
  • Livro de poemas com CD de Poesia Falada e Música Instrumental encartado

    O livro alia Poesia Falada, Música Instrumental, um projeto de diagramação atrativo à leitura, ilustrações… toda a sua concepção é voltada para uma experiência sensorial e cotidiana. A proposta é estabelecer com o leitor uma relação de identidade e surpresa.
    Um encantamento.
    Um espanto.
  • Edição independente em braille oferecida para doação a instituições especializadas.


 Flávia Côrtes é conhecida nos meios literários que frequenta pelo estilo muito próprio de sua poesia. Seus versos surpreendem porque conciliam linguagem cotidiana com lirismo latente e mostram que a poesia está muito longe de ser algo restrito a estudiosos e amantes da literatura.


"Saber de mim é fácil. Nasci com olho que escancara e sorriso que denuncia. 
Se não fosse suficiente, ainda tem a minha palavra…

que sai me esparramando em papel público com toda sem-cerimônia. 

Quem lê meu verso faz incursão dentro de mim." (Flávia Côrtes)



Meu verso me conta
Sim

Meu verso me conta

Cada palavra que eu já escrevi me diz

Cada linha escorrida me fala

Verdade

Quem me lê me vê

Sabe do que pensei, quis, achei

Ou senti 

Descobre do que sonhei, criei, lembrei

Ou fiz 

Mas, olha

Cuidado

Minha palavra me brinca

Faz esconde-esconde de mim

Se você quer mesmo saber

De tudo isso

O que eu já fiz

O que eu já quis

O que eu já vivi

Tira os olhos do papel
Olha pra mim
Me respira

Me toca

E me aprende

Quem sabe assim eu te conto

Quem sabe assim

Eu me mostro

Dois em Cena



Não, eu não me preocupo que seja para sempre

se tiver mesmo que colocar

advérbio

nesse verbo com som de horizonte

que seja de intensidade

não de tempo

Prefiro
que me queira
todo dia
de novo
e novamente
da mesma forma
ou diferente
mas que não me queira
mais ou menos
meio por acaso
meio sem querer
que me queira muito
e que me queira bem

Não, eu não procuro um amor de cinema
Não acho que amores combinem com roteiros
Mas tampouco me encantam
essas modernas paixões em
minissérie

Prefiro que me faça
encantadora
e encantada
que dispense
palco e ribalta
em cena
só querer
ao vivo
em arena
plena
de nós dois

Meu Anjo
Meu anjo, minha amiga, minha querida

Soprou em mim muito mais que vida

E, até hoje,
É teu conselho, teu colo, teu beijo
que busco sempre que caio

E teu sorriso, teu olho, teu beijo
ue busco sempre que venço



Porque sei bem o que sempre vai me perguntar

O que sempre vai me dizer



Mas ainda assim preciso ouvir de ti

A pergunta que é resposta

A tudo que te pergunto



“Filha, está feliz? “



















INFORMAÇÕES:
(0xx21 99111-4960)





Rodrigo Santos tem 37 anos, é pai de Miguel, marido de Maria Isabel, flamenguista, corredor de rua e poeta. Juntamente com o poeta Romulo Narducci, realiza há dez anos o evento "Uma Noite na Taverna" em São Gonçalo.


Necessidades Especiais

Ainda não encerrei a busca
- mesmo não sabendo o objetivo –
Mas sei exatamente do que não preciso.

Não preciso de visibilidade,
Reconhecimento ou prestígio.
O pouco que tenho já me basta,
E não vou usar minha situação social
como refém de porra nenhuma,
E não nasci para puxar saco de ninguém.

Não preciso mais publicar,
A edição de alguns garranchos
Não me trouxe nada além
De tapinhas nas costas e elogios falsos.
Nunca escrevi para ninguém,
Se for lido, ótimo, parabéns para quem leu.
Se não, foda-se, não importa mais.

Não preciso provar nada para ninguém,
Não preciso ganhar mais dinheiro
- dinheiro é só papel pintado –
Não preciso ser mais amado que já sou,
Não preciso ser capa do segundo caderno,
Aparecer no jornal local
Ou liderar meu povo em busca de Canaã.

Eu preciso é de amigos
Que venham à minha casa
E me tragam cerveja.


 Atalaia dos Tempos

Nesses tempos tão duros
em que interesses obscuros
suplantam liberdades individuais
Mais do que nunca é preciso
mãos, poesia e riso,
porque o riso nunca é demais...

Então façamos assim,
Se não por você, por mim:
Salpiquemos de estrelas nosso chão...
Vamos furar o zinco, abrir janelas,
Plantar flores novas em nossa cela,
Liberdade é acreditar na opção.

Esqueça esses que estão aí,
Muitos outros piores eu vi
E passaram, como tudo o que é nefasto...
Temos que investir nos que virão,
Cultivar, como orquídeas, a nova geração,
Porque o ódio é limitado e o amor, vasto.

E enquanto incendeiam o cais
Navego ao largo, afrouxo os estais,
E iço bandeiras no escuro.
O próprio tempo ainda vai amolecer
A argila que é o tempo – você vai ver!
E moldaremos mais uma vez o futuro.


Revolução é para amadores

Em tempos de guerra civil,
qualquer barracão é escola,
qualquer lata é comida,
qualquer debate é resistência.

Não se engane pelas aparências,
pelas falsas promessas de felicidade
e o mundo de ki-suco em que vive:
é uma guerra civil, e estamos perdendo.

Resistir é inútil, porém necessário
pois precisamos mostrar ao futuro
que não nos entregamos sem luta,
que não nos calamos perante à força.

O mundo todo é um gueto,
e minha cidade é um beco
onde sofro desde cedo
as intempéries de ser eu.

Somos responsáveis pela arquitetura
Do amanhã, da manhã seguinte,
Das estradas que conduzirão a prole
Para algo que está lá e ainda não existe.

A derrota é programada, como a obsolescência
De todos os gadgets e corações de alumínio;
A Resistência se apoia na PALAVRA,
Por si só, representação e coisa representada.

Somos apenas ração do Tempo.
Deglutidos, mastigados e cuspidos,
Daremos luz ao mundo novo,
Rasgando os lábios de quem nunca ousou.

O mundo todo é um beco
- reconheço, quero mais do que mereço –
E a saída é por cima, vertical,

Então chegou a hora da cobra criar asas.


Poetas Mortos LTDA

Gonçalves Dias
Morreu sem ver novamente
A terra das palmeiras.
Num naufrágio na costa do Maranhão
Sucumbiu sob os auspícios de Iemanjá
- Debaixo d´água dá pra ouvir um sabiá?

Álvares de Azevedo
Morreu donzelo em Itaboraí
Após ser lançado ao solo
Por um cavalo que não gostava de poesia.
Tanto spleen, charutos e recato
Pra cair de bunda no chão e se foder.

Florbela Espanca
Morreu no dia de seu aniversário
Tendo sucesso apenas
Em sua terceira tentativa de suicídio.
Não resistiu à morte de seu irmão,
Grande amor de sua vida.

Rimbaud morreu de câncer,
Pessoa de pancreatite,
Dylan Thomas morreu após 18 doses de uísque.
Tolstói congelado na gare de Astapovo,
Augusto dos Anjos de pneumonia,
Ana Cristina se jogou do oitavo andar.

Eu, tabagista e beberrão,
Gozando de hipertensão desde tenra idade,
Tenho sofrido palpitações e bactérias,
E já dei entrada nos papéis
Nessa empresa falida e sem pro-labore
Chamada Poetas Mortos LTDA.


Amanhã é outro dia

68 caras preocupadas
Engarrafadas na Contorno
Sem identidade,
No anonimato do coletivo.

Trabalhar no que não gosta,
Trepar duas vezes na semana,
Cerveja barata no boteco da esquina,
Fraldinha da promoção no sábado.

“Viu o que aconteceu na novela?”
Não vi, não quero ver,
E tenho raiva de quem se prostra
À força do fácil e do inútil.

“É velho mas tá pago!”
Quebrou na subida da ponte
Atrasando mais ainda
- como se alguém tivesse pressa.

Ninguém vai porque quer,
O berrante toca no celular às 5 e meia,
E a manada segue para o pasto
Postergando o matadouro, só por hoje.

“Não aceitamos este ticket-refeição”,
Mais um dia de italiano e guaravita,
Descendo embolado na garganta,
Gosto de humilhação e catchup doce.

Chuva no final da tarde
- todo dia essa merda agora?
Pontos cheios, guarda-chuva debaixo da marquise,
Quase sexo não-intencional com cheiro de guardado.

“Trouxe o remédio?”
Não, esqueci,
Esqueci como se sorri,
Tenho que esquecer o quanto sofro.

Mas tá tudo bem,
Eu passei no shopping
E comprei novas ilusões.
Amanhã é outro dia.


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Ana Paula Soeiro, Turismóloga, aproveita sua formação para promover e divulgar eventos e projetos culturais, ultimamente, aposta no "Cabaré do Malamdro", um resgate da boemia e malandragem carioca. Participa de saraus de música e poesia, entre eles do "Corujão da Poesia" e "Um Brinde à Poesia", além de coordenar o "Sarau no Quintal". Colabora na revista "Arte de Fato" com matérias e fotografias.




Julio César é natural de Florianópolis, Santa Catarina.
Um ano após o pai falecer, aos 19 anos, tomou a decisão de abandonar todas as atividades, a casa, conforto e proteção, para morar no Rio de Janeiro e tentar a carreira artística.
Não foi fácil no início porque não conhecia ninguém. Morou em repúblicas e em diversas regiões até fazer amigos maravilhosos na cidade. Fez trabalhos como modelo fotográfico, atuou em curtas metragens, comerciais, dublagens e fez participação em uma novela.
No Rio de Janeiro também atuou na noite, e em vários Sarais. O trabalho mais importante foi em Copacabana, quando de mesa em mesa, junto a um violonista, ofereceu musicas para os clientes em troca de colaborações. O trabalho foi árduo, mas rendeu um rico aprendizado.
Em São Paulo fez trabalhos como produtor musical (Jingles de TV e trilhas para teatro) e, principalmente, trabalhou como cantor no teatro e em diversos locais da noite paulistana. São Paulo sempre foi a grande paixão do artista, lugar onde aprendeu muita coisa, fez cursos renomados e melhores trabalhos, além de grandes amigos e o que a cidade grandiosa pode oferecer.
"Sou grato aos amigos por tudo que já fizeram por mim; e grato à vida, por ter feito de meus sofrimentos um aprendizado. Não perder a esperança nos faz pessoas melhores..." Cezr